Mãe e bebê agredido ficarão em alojamento na Casa da Mulher
Em depoimento, ela afirmou à polícia que criança era agredida desde os 15 dias de vida
Com medo de voltar para casa, a mãe e o bebê de um mês de 13 dias agredido estão abrigadas no alojamento da Casa da Mulher Brasileira enquanto a medida protetiva para manter o pai da criança e suspeito dos tapas e mordidas não é expedida pela Justiça. O bebê passou três dias internado na Santa Casa de Campo Grande com hematomas e marcas de mordidas, que teriam sido provocadas pelo próprio pai. Em depoimento, a mãe afirmou que a violência contra a criança ocorre desde os 15 dias de vida e para “provocar”.
De acordo com a delegada plantonista da Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher), Fernanda Barros, o registro de lesão corporal terá a investigação dividida entre duas delegacias. “O caso do bebê ficará com a DEPCA (Delegacia Espacializada de Proteção à Criança e ao Adolescente) e as agressões contra a mãe serão investigadas aqui”, explicou.
Conforme a delegada, após registrar o caso na terça-feira (5) e ficar com a filha no hospital até a manhã de hoje, a mãe prestou depoimento nesta tarde e contou todo o caso à Polícia Civil. “Ela disse que era agredida desde o início do relacionamento de um ano deles. Eram tão constantes que ela não conseguiu nem precisar as datas. Ela chegou a denunciá-lo, mas acreditou que ele mudaria e retirou o pedido de medida protetiva. Mas quando as agressões partiram para cima da criança, ela, com a ajuda de familiares, veio até nós e denunciou”, detalhou.
Sem um motivo específico, a mãe disse que o marido batia na menina desde os 15 dias de vida e para provocá-la. “A bebê foi levada até o Imol (Instituto de Medicina e Odontologia Legal) fazer corpo de delito. Como a mãe não era agredida há pelo menos 10 dias, não havia lesões aparentes. Por isso não foi feito o exame nela”, completou a delegada.
O próximo passo da investigação, segundo a delegada, é intimar o suspeito para prestar depoimento e para que ele explique todas as acusações. “Nesse caso não há flagrante para a prisão. Ele deve vir e explicar tudo isso”, concluiu.
Ontem o pai da menina ligou para o Campo Grande News e alegou que não a agrediu, que a mordeu “brincando” e que as marcas ficaram na pele por ser sensível. Alegou, ainda, que a mãe da menina sofre de transtorno bipolar e não sabia porque sumiu de casa e o acusa das agressões. O nome do pai não é revelado para preservar a identidade da criança e da mãe, vítimas de violência.