Mãe volta a pedir liberação da caminhonete de empresário morto por PRF
Empresária reclamou à Justiça que tem de pagar parcelas de veículo que está se deteriorando
A mãe de Adriano Correia do Nascimento, morto no fim do ano passado, após uma briga de trânsito com o policial rodoviário federal Ricardo Hyun Su Moon, voltou a pedir que a Justiça libere a caminhonete do empresário. Em junho deste ano, a família já havia solicitado a liberação do veículo, uma Hilux 3.0, ao juiz responsável pelo caso, mas teve o pedido negado.
De acordo com documento juntado ao processo pela defesa de Marili Correia do Nascimento nesta terça-feira (8), a mãe do empresário quer a devolução do veículo, avaliado em, no mínimo, R$ 100 mil, pois considera que ele está se deteriorando, por estar exposto, sem a mínima proteção.
“Considerando-se também — como a própria Polícia Civil já admitiu — que não tem condições e nem local adequado para a conservação do bem, de valor elevado e de alto significado à postulante, equivalendo dizer que tal veículo vai apodrecer no tempo”, descreve o advogado.
Na petição, a defesa diz que a família está tendo que pagar uma sequência de parcelas do veículo que não está utilizando, além do seguro que não é válido enquanto o bem estiver apreendido.
O advogado também lembra que já foram feitas diversas fotografias e perícias no veículo, que podem indicar as circunstâncias do crime, e sugere que o juiz intime as partes a se manifestarem, caso ainda desejem que algum trabalho seja feito no carro.
Pois, do contrário, o veículo pode ser devolvido à família da vítima, “evitando-se a consumação de prejuízos que seriam irreparáveis à parte requerente, e, ao mesmo tempo, evitando-se a alegação de cerceamento à acusação ou à defesa” explica.
Maçaricos - O veículo foi apreendido no dia do crime, 31 de dezembro de 2016, e estava no pátio da Coordenadoria Geral de Perícias, na avenida Senador Filinto Muller, Vila Ipiranga. Após ser alvo de duas perícias, em 31 de dezembro e 2 de janeiro, foram encontrados os novos objetos: dois maçaricos e duas garrafas de bebida alcoólica.
No procedimento administrativo, aberto pela coordenadoria, concluiu-se que as garrafas já estavam no veículo. Mas após a segunda perícia, foram acondicionadas em um saco de lixo junto com outros objetos. O invólucro foi colocado na carroceria.
No entanto, no dia 9 de janeiro, as garrafas voltaram a aparecer dentro da caminhonete. O veículo estava coberto com lona desde 4 de janeiro, quando foram encontrados os dois maçaricos no assoalho em frente ao banco do passageiro.
A suspeita de provas “plantadas” na caminhonete do comerciante é investigada pela Corregedoria da Polícia Civil.
Por conta disso, o veículo foi encaminhado ao pátio do Fórum de Campo Grande e o juiz negou a liberação da caminhonete Toyota Hillux para a família do comerciante. Conforme o magistrado, ainda perduravam dúvidas sobre a dinâmica, sequência dos disparos e de como os projéteis alvejaram o veículo.