Mais da metade das lojas retiraram fachadas, estima Secretaria
Mais de 450 empresários do centro de Campo Grande já solicitaram a Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano) o pedido de alvará para a instalação de uma nova fachada nas lojas que estão localizadas no quadrilátero Afonso Pena, Calógeras, Rui Barbosa e Mato Grosso. Os dados indicam que os comerciantes já retiraram as fachadas despadronizadas e que os projetos já aguardam para serem aprovados.
De acordo com o diretor de controle urbanístico e postura da Semadur, Waldiney Costa da Silva, o número representa que os empresários estão manifestando interesse no projeto Cidade Limpa, que visa a despoluição visual do comércio. “Esse número significa que 58% já retiraram as fachadas, é mais da metade”, explicou Waldiney.
Na terceira etapa, que teve início no dia 1° de fevereiro, 780 empresários estão inseridos no atual quadrilátero. O prazo para adequação desta etapa se encerra hoje, mas muitos não retiraram a fachada das lojas. Na tarde de hoje, era possível ver algumas lojas com as frentes intocáveis.
Segundo Waldiney, não existe data para que seja feita a nova fachada, mas apenas para que seja retirada a frente que está inadequada, de acordo com o novo projeto.
Para o primeiro secretário da Associação Comercial e Industrial de Campo Grande, Roberto Oshiro, a situação não é tão simples como a “prefeitura tenta mostrar”.
“Muitos empresários estão reclamando da falta de aprovação dos projetos que já foram entregues há meses, no início da etapa. E mesmo assim, a prefeitura não quer prorrogar o prazo. Ou seja, o empresário é obrigado a tirar a fachada, porque pode levar multa, e tem que ficar com a entrada da loja visualmente feia, enquanto aguarda o projeto ser aprovado, entre outras coisas”, afirmou Oshiro.
Segundo o primeiro secretário, em uma conciliação política, que já vinha acontecendo há algumas semanas, a associação solicitou uma prorrogação do prazo junto à prefeitura, para que os empresários tivessem mais tempo para se adequar.
“Nós não conseguimos nem, ao menos, falar com o prefeito, além de não conseguir a prorrogação. Ele não nos atendeu e ficou durante todo tempo mandando representantes. Nós soubemos que a resposta era ‘não’ por meio da imprensa”, disse indignado.
O projeto Cidade Limpa deveria, segundo Oshiro, ser feito ao mesmo tempo em que a revitalização do centro, que engloba uma série de reparos na região. Porém, de acordo com a associação comercial, a prefeitura não realizou a obra por falta de verba e isso deverá prejudicar os comerciantes. “Isso só prejudica. Eles vão ter que fazer agora a adequação e depois vão precisar gastar de novo quando houver a revitalização do centro porque vão ter que mexer em alguma coisa da fachada”, explicou Oshiro.
Waldiney disse que as alegações não procedem já que vários locais estão sendo revitalizados. Segundo ele a área da revitalização é muito extensa, fazendo parte do projeto ruas como a Dom Aquino, 14 de Julho, Pernambuco, Pedro celestino, Mato Grosso, Padre João Crippa, Rui Barbosa, Ernesto Geisel, Fernando Correa da Costa, Afonso Pena, Eça de Queiroz, Alan Kardec e Calógeras.
“A Afonso Pena foi recapeada, o canteiro central foi refeito, além de outros locais como a Orla Morena, a Praça Ary Coelho, que está sendo revitalizada e a urbanização na área dos trilhos. Portanto, nós estamos trabalhando”, disse Waldiney.
Oshiro afirmou que existem muitas divergências e apontou outros impasses. “Os empresários pagaram, no começo do ano, a taxa de publicidade que é cobrada todos os anos. Esse valor pode chegar até a R$ 10 mil dependendo do local e com essa retirada nós temos direito adquirido e vamos entrar com um mandado de segurança para reaver o dinheiro”.
Cenário atual: A associação está orientando aos empresários para que se houver multa, que eles procurem a entidade. Já a Semadur alertou que amanhã os fiscais vão notificar os comerciantes que ainda não tiverem se adequado, sendo que eles terão até 15 dias para se regularizarem.