Meninas confirmam que filmavam e participavam de rituais de tortura
As filhas dos acusados de torturar o menino de 4 anos confirmaram que eram obrigadas pelos pais a participar dos rituais de magia negra que eles realizavam e que possuem vídeos das agressões. A informação foi dada durante a segunda audiência sobre o caso, que acontece nesta quarta-feira (29) no Fórum de Campo Grande.
De acordo com o advogado da “avó” do garoto, Marcos Ivan Silva, as meninas de 12 e 9 anos confirmaram que os pais são os responsáveis pelas agressões ao menino, e as obrigavam a presenciar as torturas, mas que não eram agredidas.
Ainda segundo o advogado de defesa, as meninas disseram que a avó não participava dos rituais de magia negra, e que a mais velha tem vídeos em seu celular que mostram as sessões de tortura. “Vamos pedir o recolhimento do celular para usar as imagens e provar que minha cliente não participava dos rituais”, disse Marcos.
Sobre a acusação de abandono de capaz, as garotas alegaram que não houve abandono, pois elas sempre estavam acompanhadas de um tio que cuidava delas.
As informações foram dadas durante o depoimento lúdico que aconteceu na sala especial do Fórum da Capital a uma psicóloga. Todas as testemunhas do caso foram ouvidas, e no fim da tarde desta quarta-feira começou o interrogatório dos réus.
O primeiro a ser ouvido foi o tio do menino. Quem presta depoimento neste momento é o primo do garoto. A “avó” será ouvida em seguida, e o esclarecimento da tia será feito por carta precatória em Corumbá, onde está presa.
O caso - O menino de 4 anos foi torturado pelos tios, uma mulher de 31 e um homem de 45 anos, e pelo primo de 18 anos, em rituais de magia negra. O caso foi descoberto em fevereiro deste ano em Campo Grande.
Em depoimento a polícia, o primo contou que a criança era agredida com cabo de vassoura e queimada com charutos e água quente, além de levar tapas e socos fortes.
De acordo com a polícia, foram verificados ferimentos antigos, como inchaço na região dos testículos e unhas arrancadas. Os nomes dos suspeitos pelas agressões não foram informados conforme o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) para impedir que a vítima seja identificada.