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Capital

“Mistura” vira artigo de luxo no prato e nem o ovo escapa da alta dos preços

Famoso por ser proteína mais em conta, ovo agora é até vendido por unidade para quem não pode comprar a cartela cheia

Aline dos Santos e Lucas Mamédio | 15/04/2020 11:13
“Mistura” vira artigo de luxo no prato e nem o ovo escapa da alta dos preços
Fã assumido, Elói come três ovos cozidos por dia: "É bom para a dieta". (Foto: Paulo Francis)

A mistura para se somar ao feijão e o arroz está cada vez mais cara. Nem o ovo, a mais barata das proteínas, escapou da alta dos preços neste período em que a pandemia do novo coronavírus afeta a economia e empregos.

Estrela pela diversidade no preparo e pelo custo bem mais palatável, ele agora é até vendido fracionado em estabelecimento comercial no bairro Dom Antônio Barbosa para atender os clientes que dispõe de somente setenta centavos para levar um exemplar ao prato.

Dona de um comércio na Avenida dos Cafezais que só vende ovos, Simone de Almeida, 36 anos, explica que teve que mudar o modelo de venda. Antes, a menor quantidade oferecida era a cartela com 24 ovos. Agora, vende por unidade até chegar ao total de dinheiro levado pelo cliente. “As pessoas chegam com moedas e acabo dando um ou dois ovos”, afirma.

Neste cenário, conseguiu manter as vendas e também atrair quem opta em trocar a carne bem mais cara pelo ovo. No entanto, a cartela com 30 ovos subiu de R$ 10 para R$ 15.

A alta do preço não passou despercebida para Nelly de Farias, 60 anos. “Estava há duas semanas sem comprar ovos e, antes, pagava R$ 10 pela cartela com 30”, afirma a moradora no bairro Dom Antônio Barbosa.

Maria Helena dos Santos conta que terá que repassar o custo maior com o produto para o preço final dos bolos que vende. “Fiquei impressionada com preço do ovo. Uso mais para os bolos, mas também consumo”, diz.

“Mistura” vira artigo de luxo no prato e nem o ovo escapa da alta dos preços
Cartela com 30 ovos passou de R$ 10 para R$ 15 em Campo Grande. (Foto: Paulo Francis)

Morador no bairro Centro-Oeste, Dejair Aparecido Venâncio, 60 anos, contabiliza que de cartela em cartela terá que gastar mais R$ 10 por semana. Na última compra de 60 ovos, estoque para uma semana, gastou R$ 30. “Para a gente que gosta de ovo o impacto é maior ainda”, afirma Dejair, que mora com a esposa, filho e dois netos.

Elói Delavechia, que mora no Jardim Botafogo, comemorou ter encontrado hoje a cartela de 30 ovos por R$ 14. “Mas já cheguei a pagar R$ 17 pela cartela de 30 ovos. Fico procurando para ver se acho lugares mais em conta”, diz. Fã assumido, ele relata que come três ovos cozidos por dia. “É bom para a dieta”.

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