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Capital

Morador ainda limpa casa 48 horas após enchente e alagamentos

Aliny Mary Dias | 06/01/2014 11:09
Tapeçaria ficou destruída após enchente (Foto: Marcos Ermínio)
Tapeçaria ficou destruída após enchente (Foto: Marcos Ermínio)

Os 63,5 milímetros de chuva que caíram em Campo Grande e causaram destruíção na noite do último sábado (5) ainda são lembrados pelos moradores que limpam as casas e contabilizam os prejuízos.

Na Avenida Ernesto Geisel, esquina com as ruas Bom Sucesso, Rio Negro e Rio Verde, onde o Rio Anhanduí transbordou e atingiu 1,5 metros de altura na via, o cenário ainda é de muita sujeira e moradores empenhados na limpeza.

Ana Conceição, de 49 anos, é servidora pública e explica que as enchentes no sobrado onde ela vive com a família ocorrem desde 2005, mas a situação ficou mais grave há um ano, quando a Rua Bom Sucesso foi canalizada.

“Toda vez é assim, eu tento salvar minhas coisas, mas a água invade e acaba com tudo. Estou limpando tudo isso desde ontem, e ainda tive que faltar o serviço hoje”, explica.

A água chegou a um nível tão alto dessa vez que até o carro da mulher que estava estacionada na garagem foi inundado. “Hoje eu coloquei ele aqui fora para tomar um sol, mas o cheiro está insuportável e vou ter que levar no mecânico para ver meu prejuízo”, completa. 

Dono de tapeçaria desolado diante de situação (Foto: Marcos Ermínio)
Dono de tapeçaria desolado diante de situação (Foto: Marcos Ermínio)
Ana teve carro, que estava na garagem, alagado (Foto: Marcos Ermínio)
Ana teve carro, que estava na garagem, alagado (Foto: Marcos Ermínio)

Além dos problemas de perder os móveis e o transtorno de ter de limpar toda a casa a casa chuva, Ana conta que o imóvel ficou desvalorizado depois que a fama da “rua da enchente” se espalhou pela cidade.
“Eu quero vender, mas chamei um corretor aqui e ele avaliou a minha casa em R$ 150 mil, um valor absurdo para um sobrado. Sem contar que ninguém quer morar aqui”, afirma.

Outra família que vive com o problema de imóvel “encalhado” é o tapaceiro Ubaldino Simões, de 54 anos. Os dois salões que ele possui na Ernesto Geisel esquina com a Bom Sucesso foram alagados.

“A água chegou a quase 1 metro, dessa vez foi muito feio”, conta o comerciante. O domingo e esta segunda-feira foram destinados para a limpeza do estabelecimento.

O prejuízo estimado pelo proprietário é de R$ 2 mil, exceto todos os trabalhos que não podem ser pegos durante esse período. “Muita coisa que estava pronta eu perdi, coloquei no sol, mas vou precisar refazer muito trabalho. Também tenho prejuízo porque não posso pegar serviço”, completa.

Lixo ficou preso em grades de estabelecimento da avenida (Foto: Marcos Ermínio)
Lixo ficou preso em grades de estabelecimento da avenida (Foto: Marcos Ermínio)
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