Mortos em confronto fazem parte da quadrilha da “Madrinha do PCC”
São investigados desde o roubo de caminhão que levou a chefe do grupo para a prisão no dia 9 de maio
Os assaltantes mortos em confronto com policiais do Batalhão de Choque da Polícia Militar nesta sexta-feira eram investigados como integrantes da quadrilha liderada por Marcia Paschoala Espírito Santo, a “Madrinha do PCC”. Um dos suspeitos é procurado por participar do roubo de caminhão que levou a chefe do grupo para a prisão no dia 9 deste mês.
Márcia foi apontada como a responsável por organizar o golpe do falso frete contra transportadora de Nova Alvorada da Sul e manter o motorista em cárcere privado por mais de 10 horas. Ela foi detida também por policiais do Batalhão de Choque em Campo Grande depois que o proprietário do caminhão desconfiou das atitudes do suposto contratante e denunciou o sequestro do funcionário, de 30 anos, antes mesmo do crime se confirmar.
Na data os policiais também prenderam Edelson Padilha Conceição, 36 anos, o responsável por levar o caminhão roubado para a fronteira, e o primo de Márcio, Gemerson Matheus, de 26 anos.
Durante as investigações do caso, os policiais descobriram que a mulher era a responsável por organizar cada detalhe do crime, que começou a ser articulado dias antes, com a “contratação” dos envolvidos no roubo. Foi o que contou Edelson Padilha. Além de dar informações sobre como foi contratado para o sequestro, relatou fatos importantes da ação criminosa. Entre elas a ligação da “Madrinha do PCC” com um homem conhecido por “Cuiabano”.
Cada passo da quadrilha era conversado com o suspeito por telefone, por isso, desde a prisão do trio, a polícia procurava o homem. Hoje, após o confronto que resultou na morte dos dois bandidos, os policiais identificaram um dos suspeitos como “Cuiabano”. A identidade do assaltante ainda não foi confirmada pela polícia, mas equipes da Derfuv (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Furtos e Roubos de Veículos) já foram comunicadas e investigam a ligação dos crimes.
O grupo é responsável pelo roubo de veículos em Campo Grande desde 2019. Ao longo dos anos, integrantes da quadrilha foram presos, mas as lideranças continuam organizando crimes e levando carros e caminhões roubados para a fronteira de Mato Grosso do Sul com a Bolívia e com o Paraguai. Na maioria dos casos, as vítimas eram mantidas reféns até o fim da viagem.
Outro detalhe apurado pela polícia é que todos os crimes são ordenados por líderes do PCC (Primeiro Comando da Capital) de dentro dos presídios do Estado. As investigações tentam identificar os envolvidos.
Apesar da prisão, Marcia foi solta com uso de tornozeleira eletrônica na audiência de custódia, porque tem duas filhas pequenas.
Roubo e morte – O roubo aconteceu ontem, às 23h30, na rua Estevão Alves Ribeiro. Um casal conversava na frente de casa quando foi surpreendido por dois homens. Um deles disse “passa o celular, cadê a chave do carro, passa a aliança, passa a corrente”. O carro, Hyundai, também foi levado.
Toda a ação foi vista por equipe do Batalhão de Choque. Os militares começaram a seguir o carro e pediram apoio a outras viaturas. Durante o trajeto, os homens perceberam que estavam sendo seguidos, pararam o carro e fugiram a pé.
Policial perseguiu um deles a pé e, segundo relatado em boletim de ocorrência, foi surpreendido pelo homem, que apontou arma para em sua direção. O militar atirou e atingiu o suspeito com quatro disparos no tórax. Ele foi levado ao Hospital Regional, unidade de saúde mais próxima, mas morreu antes do atendimento.
O segundo suspeito foi encontraram nos fundos do Parque Ecológico Anhanduizinho, no Guanandi II, em terreno desocupado. O homem estava atrás de uma moita e atirou. Os policias revidaram e o atingiram. O suspeito chegou a ser socorrido até a Santa Casa, mas morreu no hospital. Ele foi identificado como Gustavo Silva dos Santos. As armas encontradas com os assaltantes – dois revólveres – foram apreendidos.