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Capital

Motoristas da Uber dirigem até 16h por dia para ter lucro; clientes elogiam

Aplicativo que conecta passageiros e condutores faz sucesso com quem usa, mas ainda são poucos, afirmam autônomos

Anahi Zurutuza | 22/10/2016 11:40
Trânsito na Barão do Rio Branco; qualquer um destes carros pode ser um Uber, menos o táxi estacionado (Foto: Fernando Antunes)
Trânsito na Barão do Rio Branco; qualquer um destes carros pode ser um Uber, menos o táxi estacionado (Foto: Fernando Antunes)
Motorista da Uber que carregou equipe do Campo Grande News no primeiro dia do aplicativo na Capital (Foto: Thailla Torres)
Motorista da Uber que carregou equipe do Campo Grande News no primeiro dia do aplicativo na Capital (Foto: Thailla Torres)
Motoristas ainda podem se cadastrar pelo aplicativo (Foto: Fernanda Carvalho/ Fotos Públicas)
Motoristas ainda podem se cadastrar pelo aplicativo (Foto: Fernanda Carvalho/ Fotos Públicas)

Teve caminhoneiro que virou motorista da Uber para poder ficar mais perto da família, mas admite que para manter a renda tem de trabalhar até 12 horas por dia. A empresa que conecta passageiros e motoristas completou um mês em Campo Grande, mas o número de usuários ainda é considerado baixo por quem vende a “carona”.

Rubens, 62 anos, deixou a estrada para dirigir na cidade, mas admite que não conseguiu ainda ter a vida mais tranquila que planejava. Para ter na conta um bom dinheiro, ele trabalha em média 10 horas por dia. “Estou completando neste fim de semana 500 viagens [média de 16 por dia]. Pela estatística que a Uber manda pra gente, eu estou os 25 mais bem colocados”.

O ex-caminhoneiro conta outra estratégia que adotou para lucrar mais: trabalha de dia e à noite. “Começo no fim da manhã e vou até a noite, porque aí a gente atende todos os públicos”.

Para ele, a tendência é a quantidade de usuários aumentar. “As pessoas ainda estão conhecendo”.

José Januário foi dispensado do trabalho e encontrou na Uber uma forma de manter seu sustento. Ele já chegou a ficar 16 horas na rua. “Para o passageiro é ótimo, é barato. Para a gente é que o valor da corrida é um pouco baixo. Mas, tem bombeiro, PM, funcionário público trabalhando pela Uber, eu acho que vai melhorar o movimento cada vez mais”.

A Uber não fornece estatísticas, nem da quantidade de motoristas atuando na Capital e nem de usuários do aplicativo.

Rubens pediu para ser identificado pelo primeiro nome e nenhum dos entrevistados autorizou foto. Embora nenhuma violência contra motoristas da Uber tenha ocorrido na Capital, como já ocorreu em outras cidades, eles temem represálias.

Clientela – Para os usuários, pagar bem menos que a um táxi pelos trajetos é a maior vantagem. A soteropolitana Yana Gottschall está na cidade há três meses e conta com a Uber para fazer os seus deslocamentos diários de casa para o trabalho. “Eu nem trouxe meu carro para cá. Pra mim essa opção é muito prática”.

Rodrigo Freitas já usava a Uber em outras cidades e desde que precisou passar por uma cirurgia no joelho só anda com os motoristas da plataforma. “Estou adorando ser o passageiro, acho que até compensa mais que ter um carro”, diz.

A Uber passou uma semana recrutando condutores no Hotel Deville e no dia 22 de setembro, o sistema começou a operar.

Mais barato - Para entrar no carro, o passageiro paga R$ 2,5 e depois tem de desembolsar R$ 1,10 por km rodado e R$ 0,15 pelo minuto. Os valores são descontados do cartão de crédito do usuário cadastrado.

No primeiro dia da Uber, o Campo Grande News fez o teste. Pedimos o carro na rua da Paz, 960, e fomos ao Aeroporto Internacional de Campo Grande. Foram 19 minutos de viagem e o cobrado foi R$ 2,50 referente a taxa base, R$ 9,63 por 8,75 km rodados e R$ 2,86 referente ao tempo de viagem - R$ 14,99 no total.

De táxi, o tempo e distância da viagem são os mesmo, mas o valor, o dobro. O taxista nos cobrou R$ 30,30.

O aplicativo da Uber mostra onde o carro está, o tempo, a distância, e o trajeto que ele fará para chegar até você.

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