Movimento cultural na Orla vira caso de polícia com vizinha insatisfeita
Um evento, que seria para promover a cultura e a dança às famílias no domingo, virou caso de polícia hoje (14) na Orla Morena. Cerca de 50 pessoas participavam do “Zouk na Orla”, tiveram as atividades interrompidas por policiais, após a denúncia de uma moradora que estava incomodada com o barulho.
Segundo os participantes, eles têm o alvará de utilização do espaço na Orla, que acontece há dois anos. Mas desde o domingo passado, a mulher tem chamado a PM para acabar com o evento.
“Toda vez ela vem nos ofendendo dizendo que somos uns bêbados, drogados e vândalos, sendo que estamos apenas promovendo a cultura. Limpamos o local para dançar, temos o alvará, não estamos desrespeitando nenhuma lei”, reclama Rafael Nantes, um dos participantes do “Zouk na Orla”.
De acordo com os participantes, os policiais militares coletaram os dados do responsável pelo alvará e pretendiam o levar para a delegacia para representa-lo judicialmente. “Se vai fazer algum tipo de representação contra ele vai ter que fazer com todos”, avisa Rafael.
Diante dos policiais, a moradora disse que por ela destruía a Orla Morena, relata um dos participantes.
“Um projeto família, com pais, crianças e idosos. É uma pessoa que tem o desprazer pela cultura, uma pessoa acultural. Para ela não devia existir a Orla, onde já se viu?”, lamenta Nantes.
Após o princípio de discussão e a presença dos policiais militares, pelo menos 15 participantes do Zouk na Orla foram à Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) no Centro, para registrar boletim de ocorrência coletivo contra a moradora.
"Vamos processa-la por danos morais, injuria, calúnia e difamação por ter nos chamado de todos os nomes e acusação que fez", conta Rafael.
O projeto Zouk na Orla acontece todos os domingos as 17h30, com aulas de danças de samba, forró e salsa.
Esta não é a primeira vez que um movimento cultural na Orla Morena enfrenta repressão dos moradores. O Campo Grande News noticiou na última semana o problema que o “Projeto Movimenta Campo Grande”, que acontece ás segundas e quartas-feiras têm enfrentado e corre o risco de acabar por culpa do grupo de moradores que se incomodou com o som das aulas aeróbicas e pediram para que as atividades saíssem do local.