ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
JULHO, TERÇA  16    CAMPO GRANDE 24º

Capital

MPF entra com recurso para reverter absolvição de dois da "Máfia do Câncer"

Alcides Manoel do Nascimento e José Anderson de Souza Goldiano foram absolvidos das acusações por falta de provas

Maressa Mendonça | 21/08/2019 18:10
Na Operação Sangue Frio, PF investigou fraudes que prejudicaram pacientes do Hospital do Câncer e do HU
Na Operação Sangue Frio, PF investigou fraudes que prejudicaram pacientes do Hospital do Câncer e do HU

Representantes do Ministério Público Federal (MPF) entraram com recurso no TRF-3 (Tribunal Regional Federal da 3ª Região), que atende MS e SP, para reverter a sentença que absolveu Alcides Manoel do Nascimento e José Anderson de Souza Goldiano, acusados de fraude licitatória e peculato no âmbito da operação Sangue Frio.

Alcides Manoel e José Anderson foram denunciados pelo MPF por fraude em licitação, com superfaturamento dos serviços realizados pelo Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian (HU), que direcionou o contrato à empresa Cardiocec. Os desvios chegaram a R$ 166 mil.

Nesta mesma decisão Alcides Manoel tinha sido condenado à pena de 1 ano e 2 meses de reclusão, além de pagamento de multa, por dois crimes de falsificação documental. O MPF também recorreu da pena aplicada a Alcides.

Os dois acusados acabaram sendo absolvidos por falta de provas.

No recurso, o MPF alegou que na aplicação da pena “devem ser levadas em conta as circunstâncias e consequências dos crimes, absolutamente desfavoráveis, considerando o expressivo valor financeiro envolvido e a desmoralização da instituição pública de onde o dinheiro foi desviado”.

Outra questão apontada pelo órgão foi a “culpabilidade gravíssima” por se tratar de profissionais da área da saúde e falta da demonstração de arrependimento dos acusados.

Em relação à pena específica contra Alcides Bernal por falsificação de documento, os representantes do MPF alegaram que ele “tinha plenas condições de observar a lei e assim não o fez, tratando com menosprezo total a atividade de auditoria levada a cabo pela CGU”.

Considerando isso e questões relativas à condição pessoal e às circunstâncias e consequências dos crimes, o recurso pede que a pena seja elevada para 2 anos e 4 meses de prisão.

A SANGUE FRIO - A Operação Sangue Frio, deflagrada pela Polícia Federal e pela CGU em 2013, apurou diversas irregularidades ocorridas na Fundação Carmem Prudente de Mato Grosso do Sul (Hospital do Câncer), como: contratação de empresas prestadoras de serviço de propriedade dos diretores ou vinculados à família do médico Adalberto Siufi; contratação de familiares para ocupar funções responsáveis pelas finanças da fundação e para ocupar altos cargos; cobrança do Sistema Único de Saúde de procedimentos de alto custo após o óbito dos pacientes; e acordo com farmácia com indício de superfaturamento. As investigações acabaram levando à identificação de crimes de mesma natureza em outros hospitais, como é o caso do Hospital Universitário.

Nos siga no Google Notícias