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Capital

MS é estado com menos favelas no País; na Capital, área da Homex é a maior

Moradores de ocupações irregulares são os mais vulneráveis à contaminação pelo novo coronavírus

Tainá Jara | 19/05/2020 18:05
Favela da Homex, próximo ao Bairro Paulo Coelho Machados, na região sul da Capital, é a maior de MS. (Foto: Marcos Maluf)
Favela da Homex, próximo ao Bairro Paulo Coelho Machados, na região sul da Capital, é a maior de MS. (Foto: Marcos Maluf)

Estudo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), divulgado nesta terça-feira, coloca Mato Grosso do Sul como o estado com menos favelas no País. Conforme o levantamento “Aglomerados Subnormais: Classificação preliminar e informações de saúde para o enfrentamento à Covid-19”, foram identificadas no Estado 54 áreas de moradias irregulares.

Dos 908 mil domicílios no Estado, 6.766 estão em ocupações irregulares distribuídas em sete municípios.

São 38 favelas somente em Campo Grande, sendo a da Homex, próximo ao Bairro Paulo Coelho Machado, na região sul da Capital, a maior em número de domicílios em aglomerado subnormal. São 901 domicílios na área ocupada de forma irregular.

Entre as favelas registradas na Capital, duas são nomeadas como aldeias indígenas.

Depois da Capital, Corumbá é segunda em número de favelas. São seis domicílios em áreas irregulares. Dourados vem na sequência com cinco. A cidade de Aquidauana tem dois espaços de moradia irregular. Novo Horizonte do Sul, Ponta Porã e Sidrolândia possuem uma favela cada.

Comparando-se com outras Unidades da Federação, MS tem a menor proporção do país em domicílios em aglomerados subnormais: 0,74%. A maior proporção está no Amazonas (39,5%) seguido pelo Espírito Santo (26,1%) e Amapá (21,6%).

A Rocinha, no Rio de Janeiro, é o maior aglomerado subnormal do país, com 25.742 domicílios. Em segundo lugar fica o Sol Nascente, no Distrito Federal, com 25.441 casas; em terceiro, Rio das Pedras, também no Rio, com 22.509; e Paraisópolis, em São Paulo, com 19.262 domicílios em aglomerados subnormais.

“Antecipamos a divulgação desses dados para mostrar qual é a situação dos aglomerados subnormais em municípios e estados, já que nessas localidades a população tem maior suscetibilidade ao contágio pela doença provocada pelo novo coronavírus, devido à grande densidade habitacional”, disse o gerente de Regionalização e Classificação Territorial do IBGE, Maikon Novaes.

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Próximo de hospitais – O estudo apontou ainda que Mato Grosso do Sul tem 42,6% dos aglomerados subnormais localizados a menos de dois quilômetros de distância de hospitais. A maioria dessas localidades (64,8%) também está próxima, a menos de um quilômetro, de unidades básicas de saúde.

O gerente geral de Geografia do IBGE, Cayo Franco, observa que esse levantamento não apresenta toda a dimensão da vulnerabilidade no país, mas boa parte dela. “Há bairros pobres que não foram classificados como aglomerados subnormais, seja porque os moradores possuem a posse da terra ou alguns serviços de saúde e saneamento. O que apresentamos aqui é uma dimensão da vulnerabilidade, no caso, os mais vulneráveis dos vulneráveis”, encerrou

Estudo - As informações, produzidas para o próximo Censo Demográfico, adiado para 2021 em função da pandemia, foram cruzadas com o Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde, do Ministério da Saúde.

A pesquisa apresenta, além das distâncias entre as comunidades e unidades de saúde, o mapeamento preliminar e a estimativa de domicílios ocupados nos aglomerados subnormais.

Conhecidos como favelas, grotas, palafitas, mocambo, entre outros, os aglomerados subnormais são formas de ocupação irregular de terrenos públicos ou privados, caracterizados por um padrão urbanístico irregular, carência de serviços públicos essenciais e localização em áreas que apresentam restrições à ocupação. As populações dessas comunidades vivem sob condições socioeconômicas, de saneamento e de moradias precárias.

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