Mudança em estatuto pode sepultar proposta de Fundação Mirim
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Associados do Instituto Mirim decidem, na manhã desta sexta-feira (10), se aceitam alterar o estatuto para que o prefeito Gilmar Olarte (PP) possa indicar nova direção da entidade. Caso a medida seja aprovada, projeto que cria fundação com o mesmo fim será arquivado pelos vereadores de Campo Grande.
O processo será mediado pelo promotor da Infância e Juventude, Sérgio Harfouche, tendo ainda acompanhamento de representantes da prefeitura e da Comissão Permanente de Legislação, Justiça e Redação Final da Câmara Municipal.
Conforme o vereador Airton Saraiva (DEM), que preside a comissão legislativa, a alteração não deve contemplar somente Olarte, uma vez que prevê indicação do comando do instituto pelo prefeito que estiver em exercício e somente até o fim do seu mandato. “ Acho justo e acaba com essa confusão toda”.
A atual diretoria da entidade, por meio de sua assessoria de imprensa, disse que só vai se manifestar no fim da negociação. Foi pontuado ainda que o voto de 2/3 dos 91 associados presentes na reunião pode consolidar a alteração no estatuto.
Se confirmada a mudança, Saraiva garante que projeto de Olarte de criar fundação, com orçamento de R$ 8 milhões, será “totalmente descartado e arquivado”.
Crise – O Instituto Mirim vive crise administrativa, incluindo greve de professores que exigem a saída de Mozania Ferreira Campos do comando da entidade. Dentre as acusações estão fraude na eleição da diretoria, em 2013, além de perseguição e assédio moral negados pela mesma.
Disputa política também se instalou quando Olarte assumiu a prefeitura e foi percebido que praticamente toda a direção era vinculada ao ex-prefeito Alcides Bernal (PP). Estes teriam sido beneficiados por mudança no estatuto que desvinculou participação da prefeitura no comando do instituto, que desde 2009 opera como uma ONG (Organização Não-Governamental).
No final do ano passado, Olarte chegou a exigir a renúncia da atual direção, para que fosse renovado o contrato com a prefeitura com alegação de que esta não prestava contas dos repasses realizados pelo município, que cede prédios e professores para as atividades.