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Capital

Mulher diz que foi agredida e matou marido para não ser estuprada

Em depoimento a suspeito descreveu o marido como um homem violento e negou roubo

Geisy Garnes | 06/12/2017 12:26
Dirléia se apresentou na tarde desta terça-feira em Aquidauana (Foto: Luiz Maique/TopMídiaNews)
Dirléia se apresentou na tarde desta terça-feira em Aquidauana (Foto: Luiz Maique/TopMídiaNews)

Em depoimento a polícia de Aquidauana - a 100 quilômetros de Campo Grande - Dirléia Patricia Monteiro Paes confessou o assassinato do marido, o corretor Ivan Júnior Marquesan da Cunha, de 55 anos, e afirmou que cometeu o crime para não ser estuprada por ele. Ela alegou ainda que minutos antes do crime foi violentamente agredida pela vítima.

De acordo com o delegado Valmir de Moura Fé, da 6ª Delegacia de Polícia Civil e responsável pelo caso, Dirléia contou que na madrugada do dia 1º de dezembro o marido descobriu que ela era sócia de uma clínica de estética e “enfurecido” passou a agredi-la.

A mulher afirmou que foi violentamente espancada com um bastão de madeira, que decorava a casa e não um taco de beisebol como divulgado inicialmente. Após a agressão, o casal teria ido para o quarto e lá o suspeito teria tentado estuprar a mulher. “Ela contou que aproveitou o momento em que ele começou a tirar a calça para efetuar os golpes”, lembrou o delegado.

Usando o mesmo bastão de madeira com que foi agredida, Dirléia afirmou que atingiu a cabeça do marido “mais de uma vez”. Ainda conforme Moura Fé, a suspeita confessou ter ido a imobiliária do marido após o crime, mas negou o roubo de R$ 200 mil. “Ela alegou que buscou alguns documentos, que a vítima teria obrigado ela a assinar, mas não levou dinheiro”.

Os documentos, segundo a mulher, faziam com que ela abrisse mão do dinheiro do corretor em caso de separação. Após o depoimento, Dirléia foi levada ao Imol (Instituto Médico e Odontológico Legal) de Aquidauana, onde passou por exame de corpo de delito.

A polícia a mulher descreveu o marido como um “homem violento e com amigos perigosos”. “Com receio de sofrer represália ela não se entregou no dia do crime e pediu para o advogado registrar o boletim de ocorrência pela agressão”, lembrou o delegado, que confirmou ainda vários registros de violência doméstica envolvendo o casal, desde o ano de 2011.

Agora, a polícia espera a conclusão dos laudos de local e necroscópicos para confrontar a versão da suspeita e ainda a perícia nas imagens de câmeras de segurança da casa, que foram deletadas no dia do crime. “Existem muitos pontos em contradições a serem esclarecidos pela investigação”.

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