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Capital

Mulher morre 20 dias após dar à luz e família cobra resposta no HU

Família pede doação de leite em pó e fraldas; Gêmeos ficaram órfãos no dia 8 de março

Yarima Mecchi e Ricardo Campos Jr. | 11/03/2017 17:18
Grupo protestou no HU. (Foto: Alcides Neto)
Grupo protestou no HU. (Foto: Alcides Neto)

Parentes e amigos da pastora Kelly Rudnik protestaram na tarde deste sábado (11) dentro do HU (Hospital Universitário) atrás de respostas sobre qual doença casou a morte dela no dia 8 de março. Ela teve gêmeos no dia 17 de fevereiro e faleceu dentro da unidade com uma série de sintomas, mas sem um diagnóstico preciso.

O marido de Kelly, Carlos Menacho, 23 anos, explica que a esposa fez todo o pré-natal no HU e no dia 15 de fevereiro, durante uma consulta de rotina, foi constatado que ela estava com dilatação.

Com oito meses de gestação, ela foi internada e no dia 17, uma cesária foi realizada para a retirada dos bebês após um aumento na pressão arterial.


Foi para o quarto e começou a ter febre. Escultaram o pulmão, fizeram dois raio-x em dias diferentes. O primeiro não deu nada e o segundo uma mancha pequena. Entraram com antibiótico, mas a febre não baixou, relara o marido.


Com um grupo de pessoas e a cunhada, Carlos foi ao HU pedir a liberação do prontuários da esposa. Ele já havia solicitado o documento na época dos fatos, mas hoje pela manhã ele descobriu que o pedido não havia sido efetivado. O funcionário informou todos os documentos e procedimentos necessários, mas adiantou que o documento só seria entregue após 15 dias.

Carlos espera resposta do hospital. (Foto: Alcides Neto)
Carlos espera resposta do hospital. (Foto: Alcides Neto)

Problema desconhecido - Ele conta que o quadro de saúde da esposa piorou com o passar do tempo. Foi constatado durante exame clínico um dos pontos havia aberto. Em um primeiro momento o médico afirmou que não seria necessário operar novamente a paciente e garantiu que o ferimento cicatrizaria, o que não se confirmou.

"Na sexta-feira após o carnaval ela fez um ultrasson na cirurgia dela, no útero. Nesse exame encontraram pus na cirurgia dela. Nós esperamos até as 19h da noite de sexta-feira o cirurgião fez a drenagem e pediu que o médico residente fizesse curativos nela todos os dias, de 12 em 12 horas".

Após, Kelly foi medicada com um antibiótico que, segundo foi informado pela família, era o melhor disponível na unidade, mas nem assim a febre cedeu. "Ela vinha sentindo falta de ar constante> Tanto os médicos como enfermeiros diziam que ela iria melhorar", conta o marido.

Sem um diagnóstico preciso, um pneumologista foi chamado para examinar a paciente e afirmou à família que o quadro dela era grave. Na quarta ela teve uma parada respiratória, tentaram reanimá-la, mas não resistiu.

Além de pressionar o hospital para uma resposta, Carlos também quer a colaboração do MPF (Ministério Público Federal) para investigar quais foram o procedimentos realizados na esposa.

Ele conta que não quis pedir a necropsia do corpo porque não tinha condições emocionais de esperar ainda mais a liberação para o velório e sepultamento da esposa.

"Eu quero uma intervenção do MPF, não estou acusando ninguém, mas não sei o que aconteceu com a minha esposa. Não tinha condições de esperar mais. Não neguei por medo, mas para que ela tivesse um enterro digno", afirma.


Doações - A população solidária com a situação da família se mobilizou pelas redes sociais para ajudar a família. Carlos esclarece que serão bem vindas fraldas e leite em pó, mas que não são necessários outros insumos.

"Eu preciso de leite e fralde. Meus filhos foram planejados, mas não imaginamos que não poderiam ser amamentados", lamentou. Quem tiver interessa em doar pode entrar em contato pelo telefone 99254-5934, falar com Carlos. 

HU - A reportagem tentou falar com a superintendente da Ebserh (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares), empresa que administra o HU, Andreia Antoniolli, mas as ligações não foram atendidas.

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