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Capital

Na disputa, o "céu é o limite" para pichadores sujarem a Capital

Eles não se intimidam com a altura e chegam a fazer rabiscos e pinturas no topo de prédios com 13 andares

Edivaldo Bitencourt e Filipe Prado | 28/02/2014 16:31
Uma das pichações mais antigas é no Hotel Campo Grande na 13 de maio (Foto: Marcos Ermínio)
Uma das pichações mais antigas é no Hotel Campo Grande na 13 de maio (Foto: Marcos Ermínio)

Não bastassem sujar prédios, muros e monumentos públicos, os pichadores decidiram ampliar o raio de ação e atuam na linha de que o “céu é o limite”. Eles não se intimidam com a altura dos prédios e intrigam a população ao conseguir pintar no topo de prédios com até 13 andares.

Esse é o caso do antigo Hotel Campo Grande, situado na esquina das ruas 13 de Maio e Dom Aquino, no coração da Capital, que teve a parte mais alta pichada pelos vândalos.

“Todo mundo fica intrigado e quer saber como eles conseguem”, contou a vendedora Sirlene Oliveira Xavier, 18 anos, que trabalha em uma loja que teve a marquise pichada há quatro meses. Ela explica que ninguém conseguiu entender como os pichados conseguiram subir e pichar o local, a seis metros do chão.

Vários prédios estão pichados na área central de Campo Grande, independente do andar. Para a engenheira agrônoma Crissia Fernanda, 25, eles ficam disputando quem picha um lugar mais alto.

A pichação surgiu da "noite para o dia" e intrigou as vendedoras da loja na 14 de julho (Foto: Marcos Ermínio)
A pichação surgiu da "noite para o dia" e intrigou as vendedoras da loja na 14 de julho (Foto: Marcos Ermínio)
O Centro Comercial Campo Grande na 13 de maio foi o prédio mais alto encontrado pichado (Foto: Marcos Ermínio)
O Centro Comercial Campo Grande na 13 de maio foi o prédio mais alto encontrado pichado (Foto: Marcos Ermínio)

O auditor de loja Renan Saraiva, 28, não só tem uma teoria, como garante que já viu como o grupo age. Ele contou que viu três pichadores atuando. Um fica de ponta cabeça para fazer os desenhos e letras, enquanto outros dois o seguram pelas pernas.

“Eles fazem um desafio para ver quem picha o lugar mais alto e mais complexo”, ressalta.

“Não acho curioso, é falta de educação”, criticou o auxiliar de operações Willians Alves de Souza, 35, que reprova veementemente a ação dos vândalos. “Não é bonito porque eles picham patrimônio particular”, destaca.

A monitora de recreação Daniella Okata, 23, também acha que a ação de vandalismo deve ser reprimida. “É ridículo, letras feias e não é artístico”, comentou.

Os pichadores precisaram se equilibrar na marquise da loja que fica no cruzamento das ruas Maracajú e 14 de julho (Foto: Marcos Ermínio)
Os pichadores precisaram se equilibrar na marquise da loja que fica no cruzamento das ruas Maracajú e 14 de julho (Foto: Marcos Ermínio)
A população imagina que seja uma disputa entre pichadores, para ver que picha mais alto (Foto: Marcos Ermínio)
A população imagina que seja uma disputa entre pichadores, para ver que picha mais alto (Foto: Marcos Ermínio)

Apesar da repressão comandada pelo poder público, os vândalos seguem sujando a Capital. As pichações ocorrem a luz do dia e nos pontos mais visados, como o Centro e lugares bastante freqüentados, como a Orla Morena.

No início do ano, a Avenida Afonso Pena foi escolhida como alvo do vandalismo e os pichadores pintaram prédios públicos, residenciais e comerciais ao longo dos sete quilômetros da via, entre os bairros Amambai e Jardim dos Estados.

Eles também rabiscaram os monumentos, como o Obelisco, e prédios históricos, como a Morada dos Baís.
Os pichadores não se intimidam nem com as ações realizadas pela Polícia Civil, Guarda Municipal e Polícia Civil.

Algumas pessoas ficam curiosas, outras se revoltam com a situação (Foto: Marcos Ermínio)
Algumas pessoas ficam curiosas, outras se revoltam com a situação (Foto: Marcos Ermínio)

Confira a galeria de imagens:

  • (Foto: Marcos Ermínio)
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