Na máfia do cigarro, mais 2 policiais são condenados a 11 anos de prisão
Segundo a investigação, a remuneração para os policiais variava de R$ 2 mil por mês a R$ 100 mil
A Justiça Militar julgou mais cinco policiais denunciados pela operação Oiketicus, em que o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) investigou a Máfia do Cigarro. O julgamento, realizado no dia 1º de março pelo Juiz Alexandre Antunes da Silva, resultou na condenação de Kelson Augusto Brito e Lindomar Espíndola da Silva a 11 anos e 4 meses de prisão em regime fechado pelos crimes de corrupção passiva e organização criminosa.
Foram inocentados os PMs Roni Lima Rios, Clodoaldo Casanova e Nestor Bogado Filho. Eles também eram acusados dos crimes de corrupção passiva e organização criminosa.
No dia 28 de fevereiro, foram julgados outros seis policiais. Alisson José Carvalho de Almeida foi condenado a 13 anos, 6 meses e 29 dias de prisão em regime fechado por corrupção passiva e organização criminosa. Já a policial Maira Aparecida Torres Martins foi condenada a 12 anos, 3 meses e 6 dias de prisão em regime fechado pelos mesmo crimes.
Os policiais Kleber da Costa Ferreira, Salvador Soares Borges, Anderson Gonçalves de Souza e Wagner Nunes Pereira foram inocentados dos crimes de corrupção passiva e organização criminosa. Kleber também era acusado pelo crime de quebra de sigilo profissional.
No dia 10 de dezembro, a Justiça Militar condenou dois oficiais da Polícia Militar que comandavam o esquema de corrupção. Na ocasião, foram condenados o tenente-coronel Admilson Cristaldo e o tenente-coronel Luciano Espíndola da Silva. Segundo o Gaeco, eles eram os líderes do esquema de corrupção da Máfia do Cigarro. O major Oscar Leite Ribeiro, que chegou a ser acusado das mesmas práticas, acabou condenado por prevaricação.
O último julgamento do caso realizado pela Vara da Auditoria Militar será amanhã (8), às 14h.
Operação - Na primeira fase da Oiketicus, realizada em 16 de maio do ano passado, foram cumpridos 20 mandados de prisão preventiva contra policiais, sendo três oficiais, e 45 mandados de busca e apreensão. O saldo total foi de 21 prisões porque um sargento acabou preso em flagrante.
A ação foi em 16 localidades: Campo Grande, Dourados, Jardim, Bela Vista, Bonito, Naviraí, Maracaju, Três Lagoas, Brasilândia, Mundo Novo, Nova Andradina, Boqueirão (distrito), Japorã, Guia Lopes, Ponta Porã e Corumbá. Segundo a investigação, a remuneração para os policiais variava de R$ 2 mil por mês a R$ 100 mil.
A segunda etapa aconteceu no dia 23 de maio, com mandado de busca e apreensão na casa e escritório de então servidor do TCE (Tribunal de Contas do Estado). A terceira fase foi em 13 de junho, quando mais oito policiais foram presos. No dia primeiro de novembro, a quarta etapa prendeu um tenente-coronel e um sargento.