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Na Sexta-feira Santa, confissão é alívio para briga familiar: "não é tortura"

Com arcebispo de Campo Grande, Dom Dimas Barbosa, manhã de confissão espera 300 fiéis no Coophasul

Caroline Maldonado e Mariely Barros | 07/04/2023 10:31
Pároco da São João Batista, no Bairro Coophasul, Padre Ricardo Pereira, atende fiel em momento de confissão (Foto: Paulo Francis)
Pároco da São João Batista, no Bairro Coophasul, Padre Ricardo Pereira, atende fiel em momento de confissão (Foto: Paulo Francis)

O feriado da Sexta-feira Santa é dia de se confessar para os católicos. As igrejas fazem mutirão para atender os fiéis. Na Paróquia São João Batista, no Bairro Coophasul, três padres recebem as confissões, inclusive o arcebispo metropolitano da Arquidiocese de Campo Grande, Dom Dimas Lara Barbosa. Entre uma confissão e outra, nesta manhã, o pároco, Padre Ricardo Pereira, fala um pouco sobre o assunto e explica que a “dosimetria” da confissão traz penitências menos rígidas para ser um alívio para a alma e não uma tortura.

A gente não quer que a confissão seja uma tortura, mas que a pessoa se sinta amada, compreendida e viva melhor. Antigamente, as penitências eram mais contundentes. Hoje, elas são mais morais e voltadas às questões dos relacionamentos. Cada Padre dá a penitência como base na sua formação”, explica Padre Ricardo.

Ser melhor

O padre revela que procura orientar os cristãos a perdoarem e serem pessoas melhores para a família e, sobretudo, a si mesmo. Não raro, conta o padre, há casos de inventários em que a família toda briga ou um pega o dinheiro de todo mundo, comportamentos reprováveis para a igreja.

“Trabalhamos para que as pessoas sejam melhores para suas famílias. A confissão não é uma terapia ou algo do tipo, mas ela traz uma mudança de vida para essa pessoa. Ela tem que confessar, se lavar de tudo o que é pecado e ser uma pessoa melhor, porque às vezes a gente se preocupa em ser melhor para os outros e não para a gente. Essa é a importância de se confessar”, comenta o Padre.

Arcebispo metropolitano da Arquidiocese de Campo Grande, Dom Dimas Lara Barbosa, atende fiel em momento de confissão, na Paróquia São João Batista, no Bairro Coophasul (Foto: Paulo Francis) 
Arcebispo metropolitano da Arquidiocese de Campo Grande, Dom Dimas Lara Barbosa, atende fiel em momento de confissão, na Paróquia São João Batista, no Bairro Coophasul (Foto: Paulo Francis)

Reconciliação e paz - A paróquia espera atender 300 pessoas hoje. Do Bairro Recanto dos Pássaros, a comerciante Tereza Oliveira, de 58 anos, chegou às 7h30 e saiu às 9h, após se confessar.

“É bom para mim a confissão. A Sexta-feira Santa faz parte do cristianismo, o sacramento que você tem que fazer. Exercer o sacramento te dá um alívio, uma paz e é o que te reconcilia com Deus”, avalia Tereza.

Com 77 anos, a aposentada Gilci Matri também chegou cedinho em busca do alívio que só a confissão traz.

“A Semana Santa é muito importante na vida da gente, pagarmos a penitência e ajudarmos ao próximo. Sou católica desde que nasci e aqui sou ministra da eucaristia. Essa é a festa mais importante para os católicos e sigo certinho de quinta até domingo. Hoje, comecei na Novena da Misericórdia, fui na vigília e confessei. Sinto um alívio, uma sensação de paz. A Sexta-feira Santa traz conforto para a alma da gente”, conta Gilci.

Aposentada Gilci Matri fala sobre alívio que sentiu, logo após confissão (Foto: Paulo Francis)
Aposentada Gilci Matri fala sobre alívio que sentiu, logo após confissão (Foto: Paulo Francis)

Tríduo Pascal - A coordenadora do Conselho Pastoral, Luzete Romero, de 52 anos, explica que os fiéis podem vir de qualquer região da Capital, chegando até as 10h de hoje e aguardar para a confissão.

“A confissão faz parte do Tríduo Pascal. Precisamos nos confessar antes da Páscoa. O tríduo começa quinta e vai até sábado. Depois, temos a celebração do domingo de Páscoa. É importante as pessoas libertarem seus pecados, confessando-os hoje. A Semana Santa é o ponto alto do católico, porque ali acontece a morte e a ressurreição de Cristo. Não tem como a gente ficar fora disso”, detalha Luzete.

Durante a tarde, os cristão participam da Via Sacra e celebração do Beijo da Cruz, todos eventos que lembram momentos do sofrimento de Jesus, a caminho da cruz.

Coordenadora do Conselho Pastoral, Luzete Romero, explica rito da confissão (Foto: Paulo Francis)
Coordenadora do Conselho Pastoral, Luzete Romero, explica rito da confissão (Foto: Paulo Francis)


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