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Capital

“Não falava coisa com coisa”, diz pai sobre mãe que confessou ter matado bebê

Ex-namorada estava "estranha" há alguns dias, relata Fabio Costa Souza

Anahi Zurutuza | 23/06/2021 12:06
Bebê de 5 meses em foto recente, guardada pelo pai (Foto: Direto das Ruas)
Bebê de 5 meses em foto recente, guardada pelo pai (Foto: Direto das Ruas)

Ainda sem entender o que aconteceu com a filha de 5 meses levada sem vida pela mãe até a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do Jardim Leblon, o pai da criança, Fabio Costa Souza, conta que encontrou a ex-namorada chorando no posto de saúde assim que ficou sabendo do ocorrido. “Ela não falava coisa com coisa, não conseguia dizer uma frase que fazia sentido. Dizia que a neném estava com o chip na cabeça, que era o número da besta”.

Foi ela quem ligou para o pai da menina cerca de uma hora depois de perguntar, pelo WhatsApp, onde ele estava. “Já tinha falado com ela ontem, ela disse que estava tudo bem com a neném. Eu estava jogando bola. Quando eu cheguei em casa, ela me ligou avisando que a nossa filha tinha passado mal. Eu cheguei na UPA em 4 minutos. Lá, o policial me avisou que minha filha tinha morrido”.

Gabrielle Paes da Silva, 21 anos, foi presa em flagrante ainda na noite dessa terça-feira (23) e na Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher), confessou ter matado a garotinha afogada. Fabio diz que namorou com a mãe da filha por cerca de um ano, que os dois não estavam mais juntos há algum tempo, mas que conversavam com frequência por mensagens sobre a criança. “Sempre dizia que estava tudo bem. A neném nunca teve problema de saúde”.

A última vez que o pai viu a filha foi na semana passada, relata. Nos últimos dias, ele estranhou o comportamento da ex-namorada. “Acho que ela estava em depressão. Ficava trancada no quarto. Bati na casa dela, mas ela não atendeu”, conta sobre a tentativa de ver a filha depois da última visita, mas sem especificar o dia.

O pai já foi ouvido pela polícia e nesta manhã, foi ao Imol (Instituto de Medicina e Odontologia Legal) em busca de mais informações sobre o ocorrido e para a liberação do corpo. Mais cedo, em publicação do Campo Grande News no Facebook, havia comentado que ninguém da família tinha detalhes. “Ainda não sabemos nada a respeito do acontecido, sabemos que a minha ex-namorada matou a minha filha”, postou.

A reportagem apurou que a criança deu entrada no posto de saúde foi por volta das 22h20 de ontem. Equipe pegou a bebê e começaria manobras de reanimação, quando percebeu que a menininha já tinha o corpinho enrijecido, sinal de que havia morrido há algumas horas pelo menos. Os profissionais de saúde perceberam que a menininha tinha lesões na vagina e no ânus. A Guarda Municipal e a Polícia Militar foram chamadas.

O caso foi registrado na Deam, mas será encaminhado para a Depca (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente), que investigará a suspeita de estupro. Sobre isso, também pela rede social, o pai disse não ter informações. “Não há indícios que provem suposto abuso”, escreveu, completando: “Nossa família está sofrendo muito”.

Em frente à UPA, pai conversa com policiais logo após notícia da morte (Foto: Adriano Fernandes)
Em frente à UPA, pai conversa com policiais logo após notícia da morte (Foto: Adriano Fernandes)

"Chip da besta na cabeça" - Conforme a delegada Fernanda Piovano, que atendeu o caso na Deam, Gabrielle alega que afogou a filha durante o banho porque ela estava com “chip da besta na cabeça” e negou ter visto qualquer sinal de estupro.

Um vizinho relatou a reportagem que ouviu o chuveiro da casa de Gabrielle ligado às 10h, quando saiu e por volta das 14h, quando voltou e decidiu desligar o registro da residência ao lado.

Conforme o boletim de ocorrência, a menina foi levada para a unidade de saúde depois que duas amigas da mãe notaram a bebê “muito quieta” dentro do carrinho e notaram que ela estava “gelada”.

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