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Capital

Negociação em frigorífico acaba em agressões e quatro pessoas presas

Vinícius Squinelo | 02/09/2013 19:49
Bueno foi um dos presos levados para a Depac
Bueno foi um dos presos levados para a Depac

Dois trabalhadores e dois sindicalistas foram presos durante negociação salarial do Frigorífico Beef Nobre, no Jardim Carioca, em Campo Grande. Quem acompanhou as prisões, fala em “abuso policial”.

Desde a manhã de hoje (2) os trabalhadores do frigorífico cruzaram os braços, e iniciaram negociação salarial com os dirigentes da empresa. No fim da tarde a conversa entre patrões e empregados se encaminhava para um acordo, quando uma ação policial teria atrapalhado.

“A negociação já estava encaminhada, mas aí chegou seis viaturas da Polícia Militar escoltando trabalhadores de outro lugar em uma van, para trabalhar no frigorífico”, relatou Genilson Duarte, presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores), em Mato Grosso do Sul. “O pessoal em greve tentou negociar com a polícia, mas acabou em agressão”, lamentou.

Houve empurra-empurra entre trabalhadores grevistas e policiais, e quatro acabaram presos. Os funcionários Fabiano Pereira Alves e Cristiano Rodrigues Duarte foram detidos.

Também foram presos Alexandre Costa, vice-presidente da Cassems e presidente do Sintss (Sindicato da Seguridade Social), e Ricardo Bueno, presidente do Conselho Estadual de Saúde. Os dois acompanhavam a negociação, representando a CUT.

Todos os presos estão neste momento na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento) do Centro de Campo Grande, onde está sendo registrado o boletim de ocorrência.

Agressões - Um assessor da CUT e presente no local das negociações relatou que houve agressões e abuso por parte dos policiais militares. “O Alexandre estava filmando a ação, mas ele levou um tapa de um policial, o celular chegou a cair no chão”, afirmou ele, que preferiu não se identificar.

Bueno também teria sido agredido no momento em que era colocado no camburão da PM. O óculos dele, inclusive, teria sido quebrado.

Negociação - Com faixas, som e dizeres, centenas de funcionários do Frigorífico Beef Nobre, no Jardim Carioca, em Campo Grande, paralisaram as atividades desde a madrugada desta segunda-feira (2). Eles reivindicam melhorias salariais e não aceitaram a proposta oferecida pela empresa.

Balas de borracha também teriam sido disparadas na direção dos cerca de 200 funcionários da empresa.

Os trabalhadores pedem um aumento salarial de 9%, além do valor do vale refeição que subiria de R$ 60 para R$ 100, participação dos lucros da empresa de R$ 430 para R$ 700 e folga aos sábados, já que eles folgam somente uma vez ao mês, sendo o único frigorífico da Capital que trabalha dessa maneira.

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