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Capital

Nem a chegada do frio convence moradores de rua a irem para abrigos

Equipes da Secretaria de Assistência Social intensificam rondas pela Capital

Maurício Ribeiro | 27/07/2021 19:47
Pessoa em situação dormindo na Rua 14 de Julho, ao lado da Praça Ary Coelho. (Foto: Paulo Francis)
Pessoa em situação dormindo na Rua 14 de Julho, ao lado da Praça Ary Coelho. (Foto: Paulo Francis)


Uma nova onda de frio chegou a Mato Grosso do Sul na tarde desta terça-feira (27), derrubando bastante as temperaturas que, segundo o INMET (Instituto Nacional de Meteorologia) chegará aos 7ºC na quarta-feira. Com isso, a SAS (Secretaria de Assistência Social) intensificou as abordagens de pessoas em situação de rua na Capital.

A assessoria da pasta explica que esse trabalho de recolhimento é permanente, acontece todos os dias, porém, por conta da chegada da nova frente fria, o número de equipes envolvidas nas rondas passou de oito para doze.

“Nós visitamos pontos que já sabemos que há pessoas em situação de rua e também realizamos atendimentos provocados por denúncias da população através dos nossos telefones”, explica a Educadora Social, Luciana Lima dos Santos (36). “Às vezes um morador vai sair de casa e tem alguém dormindo na porta da casa dele, esse morador liga pra gente e avisa, há muita colaboração da sociedade nesse sentido”, pontua Carlos Saviolli Neto, motorista e suporte de uma das equipes em ronda.

Ao notarem a van da equipe da SAS estacionar próximo ao Mercadão Municipal, alguns homens acostumados à presença dos profissionais se aproximam e perguntam sobre cobertores. Fichas são preenchidas com dados dos rapazes e os cobertores entregues.

 Mais à vontade, Áureo Ricardo Oliveira Marques, que faz questão de registrar que completa 47 anos no próximo dia 11, aproveita a visita dos profissionais para conversar e abrir o coração. “Nem todos escutam, dão atenção, a quem está na rua. Nós agradecemos por olharem por nós. Estão de parabéns”, diz ele.

Equipe do Serviço Especializado em Abordagem Social conversando com morador de rua. (Foto: Paulo Francis)
Equipe do Serviço Especializado em Abordagem Social conversando com morador de rua. (Foto: Paulo Francis)


“A maioria deles agradecem, reconhecem o trabalho, é muito gratificante. Tem casos em que eles vão para as casas de recuperação e conseguem mudar de vida. Uma vez, num acolhimento, um rapaz me olhou e disse foi você que me levou (para um abrigo) e eu sou muito grato. Me recuperei e você foi responsável por isso. Fiquei muito feliz”, relembra Luciana.

Ao aceitar ser encaminha a um abrigo, a pessoa é classificada e, dependendo do perfil, encaminhada para a Unidade de Acolhimento Institucional para Adultos e Famílias, o antigo Cetremi, Casa de Passagem Resgates ou Casa de Apoio São Francisco, onde tem acesso a cuidados de higiene pessoal, roupas, agasalhos e atendimento psicossocial.

 “Quando a pessoa aceita o acolhimento, ela já está no limite dela, ela quer mudança. Nós a cercamos com todo tipo de serviço  da Rede de Assistência Social para motivá-la a seguir em frente , isso inclui até encaminhamento para o mercado de trabalho. Se a pessoa tem alguma dependência química, ela vai para uma unidade terapêutica”, conta a assessoria.

A Secretaria de Assistência Social do Capital, desde a primeira onda de frio, registrada na última semana de junho, já realizou mais de 600 abordagens e entregou 293 cobertores. Nesse mesmo período, 263 pessoas foram encaminhadas às unidades institucionais de acolhimento. Denúncias sobre pessoas em situação de rua podem ser feitas pelos telefones (67) 98404-7529 e (67) 98471-8149.

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