No comércio, tem cliente que já conseguiu aplicar golpe 2 vezes na mesma loja
Se antes os comerciantes precisavam ficar atentos com as notas falsas, agora o risco é o Pix
Na era da carteira digital, se antes os comerciantes precisavam ficar atentos com as notas falsas, agora a moda da vez é o golpe do Pix. A modalidade de transferência bancária rápida e sem custos veio para facilitar a vida de quem paga, mas se tornou mais um motivo de apreensão para quem está do outro lado do balcão. De comprovantes falsos a pagamento agendado, e depois cancelado pelo cliente, é raro encontrar comércio que não tenha levado calote pelo menos uma vez.
Após cair no golpe duas vezes, com a mesma cliente, em lojas diferentes, a gerente da Prisma Cosméticos, na Rua 14 de Julho, no Centro de Campo Grande, Vanessa Alves, 33 anos, conta que a solução foi adotar o pagamento por meio do QR Code. Em apenas uma das compras o prejuízo foi de quase R$ 500.
“Não fizemos boletim de ocorrência porque é muito demorado, e tem que deslocar o pessoal da loja. Agora quando fazemos a entrega e o cliente vai fazer o pagamento por Pix, só entregamos o produto após confirmar o caimento do Pix na conta”, declara a gerente.
O proprietário da papelaria Shop Tudo, também na região central, Lucas Fernandes, 32 anos, diz que quando surgiu o Pix, aceitavam a transferência pelo CNPJ da empresa e sempre conferiam os pagamentos. Mas mesmo com todo o cuidado, levaram calote de clientes pelo menos duas vezes.
Agora no balcão de atendimento é somente no QR Code, tanto para evitar golpes quanto para agilizar o processo. Aqui na frente só liberamos a compra se subir o comprovante na maquininha”, frisa o empresário.
A proprietária da loja de roupas infantis Planeta Baby, localizada na Rua 14 de Julho, Kadija Akra, 24 anos, diz que está ciente de como os golpistas agem, por isso, a atenção é redobrada na hora de receber um pagamento via transferência bancária. “Sempre que fazem o Pix, a gente confere antes. Tem gente que não gosta, mas a gente sempre faz. Tem gente que agenda o Pix e depois cancela, ou até mesmo mandam comprovante falso”.
Notas falsas - A gerente da Prisma Cosméticos, Vanessa Alves, diz que pelo menos uma vez por mês um cliente desavisado tenta passar uma nota falsa na loja. Para evitar o problema, os funcionários que trabalham no caixa são orientados a utilizarem a caneta que detecta notas falsas. “Na maioria das vezes, os clientes falam que nem sabiam que era uma nota falsa”, diz.
A gerente da loja de utilidades Mateplass, Taine Rodrigues, diz que passa pelo mesmo problema. “É bastante frequente a nota falsa, mas detectam pela caneta, o Pix também é feito pelo QR Code”, explica.
Pequenos furtos - Apesar de precisarem ficar de olhos abertos com a tentativa dos "espertinhos" de levar vantagem, Lucas Fernandes relata que o prejuízo principal da loja ainda são os pequenos furtos, principalmente de materiais pequenos, como canetas e lápis de cor. “A gente já trabalha com uma margem de prejuízo pensando nessas perdas e pequenos furtos”.
A gerente da loja de utilidades Mateplass, Taine Rodrigues, não chegou a cair no golpe do Pix. A maior “dor de cabeça” da comerciante é causada também pelos furtos. “O que a gente mais sofre é com pequenos furtos. Furtos de caneta, canecas. Não registramos B.O porque é muito demorado e não tem como identificar a pessoa, tem muitos pontos cegos na loja, e por ser grande e ter fluxo grande de pessoas, nem sempre dá pra impedir todos os furtos”.
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