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Capital

“Nos sentimos desrespeitados”, diz representante do comércio sobre restrições

Novas medidas contra a covid foram decididas em reunião hoje e começam na segunda-feira (7)

Ana Paula Chuva | 04/12/2020 14:40
Movimento no Centro de Campo Grande. (Foto: Henrique Kawaminami | Arquivo)
Movimento no Centro de Campo Grande. (Foto: Henrique Kawaminami | Arquivo)

A reunião da manhã de hoje na prefeitura de Campo Grande para definir as novas restrições em razão do aumento de casos de covid-19 na cidade, foi “desrespeitosa” na visão do presidente da CDL (Câmara dos Dirigentes Lojistas) da Capital. Ele que alega quase ter sido tirado da sala por questionar o fechamento do hospital de campanha que estava instalado no Hospital Regional de Mato Grosso do Sul.

As novas medidas passam a valer na segunda-feira (7) e o representante do comércio se diz “decepcionado” não só com a forma como foi tratado, mas com as novas decisões que impactam o setor. As restriçoes foram tomadas após o crescimento descontrolado da doença. Só hoje em Campo Grande os registros oficiais são de 601 casos e mais 8 sepultamentos. A Capital  tem 797 mortos pela covid-19, o que representa 43,8% de todos os óbitos de Mato Grosso do Sul.

Mesmo assim, Adelaido Vila diz estar "chocado" com a forma como as coisas que aconteceram. Participamos da reunião nos sensibilizamos com os representantes dos hospitais nessa questão do aumento no número de casos, mas nos sentimos desrespeitados hoje. Só não fui tirado da sala quando questionei o fechamento do hospital de campanha, porque o prefeito não deixou”, pontuou Adelaido Vila.

Ao Campo Grande News ele destacou que o setor varejista da Capital vem assumindo todas as responsabilidades e cumprindo com as normas de biossegurança determinadas para evitar a disseminação e contágio do coronavírus, causador da covid-19, mas ainda assim está sendo responsabilizado pelo aumento dos casos.

Adelaído Vila, presidente da CDL Campo Grande. (Foto: Kisiê Ainoã | Arquivo)
Adelaído Vila, presidente da CDL Campo Grande. (Foto: Kisiê Ainoã | Arquivo)

“O varejo assumiu todas as responsabilidades de biossegurança e hoje não tivemos uma reunião de diálogo aberto. Estão restringindo atividades legalizadas, mas o Estado não está fiscalizando festinhas particulares por exemplo. Vemos somente a Guarda Municipal fazer isso”, afirmou.

Para ele, restringir o horário das atividades legalizadas aumentará a demanda por delivery fazendo com que as chances de acidentes de trânsito sejam maiores, causando um impacto maior na ocupação de leitos dos hospitais.

“Quando aumenta o delivery, você tem mais motociclistas nas ruas. Esse motociclista vai correr mais porque terá mais pedidos, aumentando as chances de acidentes de trânsito crescendo o número de leitos ocupados nos hospitais também. É uma decisão péssima”, continua.

Além disso, na visão da CDL, as novas medidas podem acarretar em novas demissões e barrar contratações de fim de ano. “Com certeza a medida trará novas demissões e podemos até fechar lojas. Além disso, se você restringe o horário, você aumenta o número de pessoas que querem ir até a loja enquanto ela estiver aberta. Gerando aglomeração nas ruas. É uma péssima decisão”, completou.

Segundo ele, a medida mais eficaz seria aumentar o horário de funcionamento, já que a capacidade os estabelecimentos está limitada.

“Acredito que medidas mais favoráveis seriam restringir capacidade dos locais e aumentar o horário para que diminuam as aglomerações e o número de pessoas na rua ao mesmo tempo. E também aumentar a fiscalização nas festas particulares”, concluiu.

Geraldo Resende e Marquinhos Trad durante coletiva para anúncio das restrições. (Foto: Marcos Maluf)
Geraldo Resende e Marquinhos Trad durante coletiva para anúncio das restrições. (Foto: Marcos Maluf)

Restrições - A partir de segunda-feira (7) o toque de recolher na Capital será das 22h até às 5h, mas além disso, na reunião de hoje ficou decidido que o comércio também terá novas restrições.

Nos estabelecimentos comerciais da Capital a capacidade foi reduzida para 40% de lotação, bem como a restrição no horário que poderá manter as portas abertas das 8h às 21h para lojas de rua e nos shoppings das 10h às 22h.

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