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Capital

Nova greve dos médicos surpreende e frustra pacientes nos postos de saúde

Aline dos Santos | 15/05/2015 08:22
Elizabete tinha consulta agendada para os filhos, masvoltou para casa sem atendimento em UBS. (Foto: Marcelo Calazans)
Elizabete tinha consulta agendada para os filhos, masvoltou para casa sem atendimento em UBS. (Foto: Marcelo Calazans)
Em UPA, médicos manterão 50% do efetivo trabalhando. (Foto: Marcelo Calazans)
Em UPA, médicos manterão 50% do efetivo trabalhando. (Foto: Marcelo Calazans)

Os médicos retomaram nesta sexta-feira a greve na rede municipal de saúde e os pacientes voltaram a sofrer os efeitos da paralisação em Campo Grande.

A dona de casa Elizabete Magalhães, 31 anos, deixou a UBS (Unidade Básica de Saúde) do Nova Bahia sem a consulta para os dois filhos: Denilson, 9 anos, e Isadora, um ano. A família, que mora no Jardim Presidente, levantou às 4 horas da manhã e encarou o frio para que as crianças fizessem as consultas agendadas com pediatra.

“Gastei quatro passes de ônibus. E o meu prejuízo?”, reclama Elizabete. Ela conta que a consulta foi agendada ontem. Mas o que foi comemorado como sorte, pois agendamento, em geral, demora uma semana, virou frustração. “Primeiro, pediram para eu esperar. Agora, falaram que a médica não vai atender”, diz.

Na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do Coronel Antonino, a autônoma Priscila Avelina Pereira, 26 anos, aguardava triagem para classificação. Se o caso for enquadrado como verde ou azul a espera pode ser longa. Pois, o atendimento foi reduzido para 50% da equipe, que prioriza as urgências e emergências, pacientes que recebem classificação vermelho e amarelo.

O motivo da procura por atendimento médico é a filha Marília, 8 meses. A bebê acordou com chiado no peito e sintomas de gripe. Já nas UBS e UBSF (Unidade Básica de Saúde da Família), a greve é de 100%.

Conforme o SindMed/MS (Sindicato dos Médicos), a rede tem 1.400 profissionais. Já a prefeitura informa que são 1.200 médicos. De acordo com o presidente do sindicato, Valdir Siroma, a greve foi retomada porque o poder público descumpriu o acordo para pagamento das gratificações. O retorno dos benefícios havia sido acertado no último dia 8. A primeira etapa da greve foi entre 6 e 11 de maio.

“As gratificações que ajudavam a melhorar o salário”, afirma Siroma. Segundo ele, sem os benefícios, a média salarial por 20 horas é de R$ 2.580. O valor aumenta para R$ 5 mil com as gratificações.

Conforme o sindicato, a volta do pagamento dos benefícios deveria ter sido publicada no Diário Oficial até 13 de maio. A categoria quer a volta da gratificação de desempenho médico, gratificação de incentivo básico ambulatorial, adicional por responsabilidade técnica e gratificação por trabalho noturno, além do restabelecimento dos plantões, que foram reduzidos.

A Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) calcula que o pagamento das gratificações custa de R$ 900 mil a R$ 1,2 milhão por mês. De acordo com a secretaria de Administração, o município tem 1.200 médicos na rede e a folha da Saúde corresponde a R$ 36 milhões. A prefeitura obteve na Justiça liminar contra a greve.

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