OAB põe observador para vigiar Julio Cesar e define intervenção dia 17
A necessidade de intervenção na OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de Mato Grosso do Sul será analisada pelo Conselho Federal da entidade no dia 17 de março. A data foi definida hoje (26) durante reunião da Diretoria da OAB nacional, em Brasília, que terminou há pouco.
Antes de a Diretoria decidir se a intervenção vai à plenário, a rotina da entidade será acompanhada de perto nas próximas semanas: a nacional decidiu que um conselheiro federal deverá vir para o Estado, no entanto, o nome do denominado "Observador", ainda não foi definido, tampouco a data de chegada.
Fica determinado, ainda, em decisão liminar imediata, que a OAB/MS deve seguir à risca seu regulamento interno. Esta medida atende às sucessivas solicitações dos membros da Diretoria e do Conselho da seccional, que afirmam que o presidente Júlio César Rodrigues tem tomado decisões sem a apreciação dos conselheiros, conforme estabelece o estatuto. Uma destas decisões foi o contrato firmado entre Júlio César e a prefeitura de Campo Grande.
O "Observador" vai acompanhar o cumprimento das determinações, inclusive pelo presidente Júlio César, e encaminhará os fatos levantados junto à seccional para a OAB nacional.
As decisões da nacional foram tomadas após pedido da diretoria da OAB/MS – o vice-presidente André Xavier, o secretário-geral Denner Barbosa, o secretário-geral adjunto JullyHeyder Souza, e o diretor-tesoureiro Jayme Neves Neto – dois dos três conselheiros federais da seccional, Leonardo Duarte e Carlos Marques e o conselho seccional (23 de 32 conselheiros).
Crise – A crise na OAB/MS teve início em outubro do ano passado, depois que o presidente Júlio César firmou contrato para advogar em favor do município, enquanto o prefeito Alcides Bernal (PP) responde a processos éticos dentro da entidade, da época que era advogado. Na época, os conselheiros consideraram que o contrato poderia colocar em xeque a credibilidade da OAB/MS, e recomendaram o rompimento à Júlio César. O presidente negou (o rompimento aconteceu por determinação judicial), e teve início a crise interna que culminou no pedido de intervenção.
O ápice aconteceu na última sexta-feira, quando a sessão do Conselho terminou em briga e agressões. O episódio evidenciou a necessidade de urgência na apreciação do pedido, reforçado pelos membros da Diretoria e acatado hoje pela OAB nacional.
O Campo Grande News tenta, desde o dia da sessão, conversar com o presidente, que alega que não vai conversar com a reportagem por telefone e não poder conceder entrevistas pessoalmente devido à agenda particular.