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Capital

Obras continuam e central em antigo shopping deve abrir ainda este ano

Antonio Marques | 16/04/2016 11:10
A fachada do antigo shopping 26 de Agosto vai ser pintada e receber uma lâmina de vidro para substituir o gradil lateral (Foto: Marcos Ermínio)
A fachada do antigo shopping 26 de Agosto vai ser pintada e receber uma lâmina de vidro para substituir o gradil lateral (Foto: Marcos Ermínio)

Com cerca de 70% da obra concluída, a nova Central da Justiça de Campo Grande, vai funcionar no antigo prédio do Shopping 26 de agosto e a previsão é de que seja inaugurada no final do segundo semestre deste ano. Com o custo previsto de quase R$ 10,5 milhões, ao menos 50% já teriam sido aplicados na obra até o momento.

O imóvel tem 13.277  de área construída e custou R$ 38,87 milhões ao governo do Estado em 2014. Ainda sem prazo certo para inauguração, a expectativa é que pelo local venham a circular diariamente cerca de cinco mil pessoas em busca dos juizados especiais e audiências de mediações de conflito, por exemplo.

O Tribunal de Justiça tem investido em tecnologia e modernidade na reforma do prédio, as paredes internas, por exemplo,  são montadas com placas de drywall, um tipo de divisória que possibilita maior vedação contra incêndio, além de garantir melhor isolamento térmico e acústico.

De acordo com o diretor do departamento de projetos do TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul), o arquiteto Daniel Felipe Hendges, o drywall (parede seca, em português) foi escolhido em razão de ser um material leve e por proporcionar maior segurança ao imóvel. “É o melhor produto se comparado o custo e benefício”, comentou.

O arquite Daniel mostra a planta do primeiro piso da Central da Justiça (Foto: Marcos Ermínio)
O arquite Daniel mostra a planta do primeiro piso da Central da Justiça (Foto: Marcos Ermínio)

Daniel Felipe revelou que a estrutura do prédio em si não sofrerá modificações substanciais, apenas reparos necessários e um nova pintura externa. Mas está sendo preparado para ser o ambiente mais moderno na distribuição dos serviços judiciários no País para o atendimento direto à população.

Segundo o arquiteto, todo o ambiente interno do prédio vai ser climatizado a partir de uma central de ar condicionado de última geração, que está sendo instalada no piso superior. “Mais dois meses e concluiremos toda a instalação do sistema de climatização”, garante, acrescentando que 80% do processo já estaria concluso.

Por exigência do Corpo de Bombeiros as paredes internas estão sendo inteiriças entre o piso e o teto de cada pavimento. Daniel explica que o drywall, que é um composto de gesso revestido de papel cartão, é capaz de vedar a passagem de fumaça entre os ambientes. Para isso, ele comenta que a altura entre os pisos foi fundamental para a instalação de toda a parte de climatização, elétrica, hidráulica e cabeamento para a área de tecnologia e telefonia da Central.

Atualmente trabalham na reforma cerca de 44 pessoas entre engenheiros, técnicos em elétrica, hidráulica, pintura e montagem. O arquiteto contou que no início da obra havia mais trabalhadores, mas como toda a parte de divisórias já estão prontas, as empresas reduziram o quantitativo, um procedimento que seria considerado normal no decorrer da obra.

No local vai funcionar todos os juizados especiais, que hoje atendem nas regiões centrais da Capital, menos o do trânsito e o itinerante. Os juizados da Morenhinha e da UCDB (Universidade Católica Dom Bosco) vão permanecer nos mesmos locais para facilitar o serviço à população dessas regiões. No novo prédio, também vai atender a Justiça Restaurativa e o Projeto Padrinho.

Trabalhador faz pintura em parede interna do novo prédio da justiça na Capital (Foto: Marcos Ermínio)
Trabalhador faz pintura em parede interna do novo prédio da justiça na Capital (Foto: Marcos Ermínio)
Cerca de 80% do sistema de climatização do imóvel já está concluído (Foto: Marcos Ermínio)
Cerca de 80% do sistema de climatização do imóvel já está concluído (Foto: Marcos Ermínio)

Repartição – O prédio é divido em quatro pisos. O subsolo e o piso superior vão funcionar como estacionamento com capacidade de aproximadamente 270 vagas para veículos, sendo 130 embaixo, com entrada pela rua 26 de Agosto. Neste piso também estão sendo construídas três celas para receber pessoas detidas enquanto aguardam pela audiência.

No piso térreo, onde terá a entrada principal com acesso pela Avenida Calógeras e a Rua Sete de Setembro, vai funcionar uma área de 200 m² de atendimento a usuários dos serviços públicos, como de água, energia elétrica e telefonia. A assessoria do TJMS informa que o ambiente, que terá 10 baias de atendimento “expressinho” e 12 para protocolo, vai ser o primeiro contato das pessoas com a central.

Também no piso térreo já estão montadas as 19 salas de audiências, com tamanho de aproximadamente 20 m2; 18 salas de mediações de conflitos; a vara da Infância e Juventude, com o atendimento psicossocial, que atualmente estão no Fórum de Campo Grande, com salas para psicólogos e assistentes sociais. Ainda haverá um espaço amplo para as pessoas aguardarem a realização das audiências.

No segundo piso já estão quase prontos 17 gabinetes para os juízes das diversas varas que vão atender no local. Também vai funcionar um auditório para 72 lugares. No ambiente vão ser se reunir as turmas recursais, um grupo de juízes que reveem as decisões dos juizados especiais. Atualmente, essas turmas funcionam em um plenário na sede do TJ/MS. Ainda será utilizado pela Escola Judicial, que hoje funciona no Tribunal e não tem espaço próprio para as aulas.

CPE - Outra novidade no local será a CPE (Central de Processamento Eletrônico), projeto considerado inovador. A Central vai concentrar todo o processamento que hoje é feito pelos cartórios de todo o Estado, o que vai possibilitar agilidade da tramitação dos processos, conforme a assessoria do Tribunal de Justiça.

Na CPE, os servidores, que estariam distribuídos nos cartários, fazem o trabalho à distância. Todos vão ficar concentrados na nova Central cumprindo os processos do estado. Em cada turno deve atuar cerca de 200 analistas judiciários para atender os juizados especiais, área criminal de 1º grau e cível de 1º grau e um departamento de apoio.

Daniel Felipe explica que o ambiente onde fica os analistas é bastante reservado por exigir muita concentração dos profissionais, que terão um refeitório e espaço para descanso bem ao lado da sala de trabalho.

Ainda no segundo piso terá espaço reservado para a Procuradoria Geral do Estado, Promotoria, Defensoria Pública e OAB/MS (Ordem dos Advogados do Brasil, secção Mato Grosso do Sul).

No estacionamento do subsolo deve ter 140 vagas para veículos (Foto: Marcos Ermínio)
No estacionamento do subsolo deve ter 140 vagas para veículos (Foto: Marcos Ermínio)
No piso superior serão mais 130 vagas para veículos. Ainda assim, são poucas vagas se comparado a estimativa de público no local (Foto: Marcos Ermínio)
No piso superior serão mais 130 vagas para veículos. Ainda assim, são poucas vagas se comparado a estimativa de público no local (Foto: Marcos Ermínio)
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