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Capital

Oficiais presos na operação Oiketicus prestam depoimento por 3 horas

Além dos três militares, uma testemunha de defesa foi ouvida pela Justiça Militar, no Fórum de Campo Grande

Liniker Ribeiro | 27/09/2018 18:29
Tenente-coronel Admilson Cristaldo - na parte esquerda da foto, entrando na porta - um dos oficiais que prestou depoimento hoje (Foto: Paulo Francis)
Tenente-coronel Admilson Cristaldo - na parte esquerda da foto, entrando na porta - um dos oficiais que prestou depoimento hoje (Foto: Paulo Francis)

Durou pouco mais de três horas a audiência na tarde desta quinta-feira (27), no Fórum de Campo Grande, que ouviu os três oficiais da Polícia Militar presos no dia 16 de maio durante a Operação Oiketicus, que investiga o pagamento de propina pela Máfia do Cigarro para a livre circulação dos produtos contrabandeados do Paraguai. Os depoimentos foram realizados em sigilo.

Além dos oficiais - o tenente-coronel Admilson Cristaldo, o tenente-coronel Luciano Espíndola da Silva e o major Oscar Leite Ribeiro - uma testemunha de defesa foi ouvida pelo juiz Alexandre Antunes, da auditoria militar, e por quatro juízes militares integrantes do quadro de oficiais da Corporação.

Na saída, advogados e demais autoridades não revelaram informações do interrogatório, todos ressaltando que "o processo está em segredo de Justiça". Segundo apurado pelo Campo Grande News, os depoimentos começaram pontualmente às 13h45, tendo terminado próximo das 17h.

Mesmo respondendo ao processo em prisão preventiva, os oficiais se apresentaram a auditoria militar fardados. A vestimenta é uma exigência militar em ocasiões oficiais, para evitar punições administrativas.

Os três respondem por corrupção passiva e organização criminosa. Cristaldo e Oscar também são réus por lavagem de dinheiro. Com o fim dos depoimentos, o processo que envolve os oficiais da PM agora encaminha para as alegações finais. Na semana que vem devem ser interrogados os demais militares presos na operação.

Frente da Corregedoria da Polícia Militar - para onde policiais foram levados no dia da operação (Foto: Kléber Clajus/Arquivo)
Frente da Corregedoria da Polícia Militar - para onde policiais foram levados no dia da operação (Foto: Kléber Clajus/Arquivo)

Entenda - Com as investigações do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) 28 policiais militares viraram réus por corrupção passiva e organização criminosa.

O grupo, segundo a promotoria, tinha uma estrutura piramidal e funcionava em núcleos. Eles agiam na região de Bela Vista, Bonito, Guia Lopes da Laguna e Jardim, incluindo unidades no distritos de Alto Caracol e Boqueirão. O esquema também abrangia as cidades de Dourados, Maracaju, Mundo Novo, Naviraí, Iguatemi, Japorã e Eldorado.

O processo foi desmembrado em quatro ações penais: uma para oficiais, uma segunda para aposentados, e as outras duas conforme os núcleos apontados na denúncia.
No topo estavam os policiais militares com patentes mais elevadas. Eram eles que desfrutavam dos maiores valores de propina. Cristaldo, Oscar e Luciano são apontados como os “cabeças do esquema”.

Completam a lista de 28 nomes Alisson José Carvalho de Almeida, Anderson Gonçalves de Souza, Angelucio Recalde Paniagua, Aparecido Cristiano Fialho, Claudomiro de Goes Souza, Claiton de Azevedo, Clodoaldo Casanova Ajala, Elvio Barbosa Romeiro, Erick dos Santos Ossuna, Francisco Novaes, Ivan Edemilson Cabanhe, Jhondnei Aguilera, Kelson Augusto Brito Ujakov, Kleber da Costa Ferreira.

Além de Lindomar Espindola da Silva, Lisberto Sebastião de Lima, Maira Aparecida Torres Martins, Marcelo de Souza Lopes, Nazário da Silva, Nestor Bogado Filho, Nilson Procedônio Espíndola, Roni Lima Rios, Salvador Soares Borges, Valdson Gomes de Pinho e Wagner Nunes Pereira.

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