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Capital

"Ojeriza": mãe de jovens assassinadas no Japão encontra réu

Crime aconteceu em 2015; Ministério Público japonês pediu prisão perpétua para o acusado

Por Antonio Bispo | 17/02/2024 11:09
As vítimas Michelle, à esquerda, e Akemi, à direita (Foto: Reprodução/Rede Social)
As vítimas Michelle, à esquerda, e Akemi, à direita (Foto: Reprodução/Rede Social)

Após oito anos do crime que matou as irmãs Akemi e Michelle Maruyama, naturais de Campo Grande, mas que viviam na cidade de Handa, no Japão, o caso enfim pode ter um ponto final, com o resultado do julgamento previsto para sair no dia 27 de fevereiro. O réu era marido de uma das vítimas.

Ao Campo Grande News, a mãe das jovens, Maria Aparecida Amarilha Scardin contou que chegou recentemente de viagem do Japão, onde esteve por uma semana para prestar depoimento. A passagem e a hospedagem foram pagas inteiramente pelo governo japonês.

Maria ressaltou que a experiência abalou “completamente o emocional” dela. “Ter que respirar o mesmo ar que o assassino das minhas filhas me deu ojeriza. Sem dizer que fatos que me eram desconhecidos por mim vieram à tona. Mas a prerrogativa de prisão perpétua é o que desejo”, destacou.

Ela disse, ainda, que atualmente vive com as netas, filhas de uma das vítimas, e que a adaptação foi bastante difícil, mas hoje superada.

O julgamento - Atualmente em Curitiba passando alguns dias na casa de familiares após a viagem que fez ao outro continente, Maria contou como funciona o julgamento por lá.

No Japão é diferente os trâmites, o funcionamento da lei. São seis jurados e um juiz, ele também vota. O julgamento começou no final de dezembro, porque são muitas testemunhas. Eu fiquei lá por uma semana na cidade de Nagoia e todos os dias tinha que dar depoimento, não foi fácil”, disse Maria Aparecida, bastante emocionada.

Agora, enquanto espera o resultado final, Maria desabafa que a situação é difícil, mas que precisa seguir. “Não vai trazer minhas filhas de volta, mas eu só vou conseguir seguir depois que tampar, porque pra mim é como se os dois caixões estivessem abertos”, finalizou.

O caso - As jovens foram mortas no dia 29 de dezembro de 2015. Os corpos foram encontrados carbonizados depois que bombeiros foram acionados para conter um incêndio no apartamento. Na época, um galão de 5 litros de gasolina foi encontrado sobre a pia da cozinha.

O acusado de cometer o crime é o peruano Edgard Anthony La Rosa Vite, marido de Akemi, com quem tinha duas filhas que, à época, eram crianças.

Akemi e Michelle eram de Campo Grande e decidiram morar no país oriental para trabalhar. A primeira a se mudar foi Michelle, em 2003. Dois anos depois, Akemi seguiu os passos da irmã.

Agora, o Ministério Público Japonês pede a prisão perpétua do acusado, sentença essa que é aguardada e desejada pela família das vítimas. A sentença deve ainda este mês.

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