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Capital

Omep vai fechar creche por uma semana e prefeitura nega atraso

Pai de aluno relata que há dois meses é feito "vaquinha" para que não falte alimento

Aline dos Santos | 27/10/2017 11:36
Creche da Omep será fechada na próxima semana. (Foto: Marina Pacheco)
Creche da Omep será fechada na próxima semana. (Foto: Marina Pacheco)

A Omep (Organização Mundial para Educação Pré-Escolar) vai fechar creche no bairro Tiradentes, que tem 174 crianças, durante a próxima semana. Nesta sexta-feira (dia 27), os pais foram informados que a medida é para cortar custos diante de atraso da prefeitura de Campo Grande, que não repassou R$ 100 mil.

De acordo com a assessoria jurídica, a Omep tem direito a receber R$ 250 mil, divididos em cinco parcelas de R$ 50 mil. Mas somente uma parcela foi paga. O valor é equivalente a 5% das rescisões, percentual que corresponde ao custo operacional.

Sem o repasse, estão em atraso contas de água, luz e funcionários. A exceção é para os professores, que recebem do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação). A entidade busca formas de cortar gastos, o que inclui fechar alguns dias da semana para economizar.

O pai de um aluno relata ao Campo Grande News que há dois meses familiares das crianças se organizam para que não faltem alimentos. Eles pedem doações e fazem “vaquinha”. No período, arrecadaram R$ 1.600. “Vai pedindo para amigos e empresários”, diz.

Segundo ele, os pais foram alertados sobre a possibilidade de a creche fechar as portas. O Instituto de Ensino Marisa Serrano atende crianças de seis meses a quatro anos. Os alunos passam o dia no local, das 7h às 16h.

A Semed (Secretaria Municipal de Educação) informa que os repasses da Omep estão regularmente em dia. Conforme a assessoria de imprensa da prefeitura, a quarta parcela do repasse será feita no início de novembro e a quinta já está programada para dezembro.

Fim - Os primeiros convênios com a Omep e Seleta (Seleta Sociedade Caritativa e Humanitária) foram firmados há 20 anos e, desde então, eram renovados em valores que giravam em R$ 6 milhões mensais.

Porém, o MPE (Ministério Público Estadual) apontou ilegalidades, como funcionários fantasmas, salários diferentes pagos para pessoas no mesmo cargo, além de desvio de função e transformação dos convênios em “agência de emprego”. A Justiça determinou o fim dos contratos.

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