'ONG sem-teto' recebe R$ 3,6 milhões, mas deixa casas inacabadas
Prefeitura instaurou investigação sobre convênio; de 300 imóveis previstos, só 42 foram erguidos
A prefeitura de Campo Grande abriu procedimento para apurar irregularidades na execução do convênio com a ONG Morhar Organização Social, contratada para a construção de 300 casas que deveriam abrigar moradores retirados da favela Cidade de Deus e abrigados em outras áreas da Capital.
O convênio, que somou repasse R$ 3,6 milhões, terminou no dia 18 de dezembro deste ano, de acordo com a prefeitura. O Executivo também explica que a renovação não foi feita porque apenas 42 das 300 casas programas foram entregues.
"O convênio venceu em 18/12/2016 e não foi renovado pela administração municipal, pois das 300 casas, somente 42 foram entregues concluídas e as demais inacabadas, descumprindo o cronograma especificado no convênio", finaliza nota que foi publicada no site oficial da prefeitura.
Cada casa construída custa R$ 12 mil e o terreno onde as famílias foram instaladas R$ 24 mil. A Emha (Agência Municipal de Habitação) deve fazer a regularização das áreas e o valor poderá ser pago pelas famílias em 300 parcelas de R$ 120.
Sem-teto – Ao longo de 2016, o Campo Grande News denunciou em diversas ocasiões o fato de a Morhar, em tese especializada em moradias sociais, sequer tinha uma sede própria. Também foram recorrentes problemas de atrasos nos pagamentos de pessoal que atuou na construção das casas.
A remoção das famílias da Cidade de Deus começou em março. Elas foram levadas para três áreas, duas nas proximidades do bairro Dom Antonio Barbosa, ou seja, próximo à favela, e outra no Bom Retiro, região da Vila Nasser.
(*) texto editado às 9h30 do dia 01/01/17 para acréscimo de informações