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Capital

Operação para desmontar PCC identificou membros e funcionamento da facção em MS

Aliny Mary Dias | 24/05/2013 17:11
Talismã é considerado um dos grandes articuladores do PCC em MS e está preso (Foto: Marcos Ermínio)
Talismã é considerado um dos grandes articuladores do PCC em MS e está preso (Foto: Marcos Ermínio)

Os três meses de investigações comandadas pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) em parceria com a Polícia Militar, levaram à identificação do funcionamento do PCC (Primeiro Comando da Capital) em Mato Grosso do Sul. De acordo com o organograma divulgado pelo Gaeco, nesta sexta-feira (24), durante o balanço da Operação “Blecaute”, pelo menos 54 pessoas participavam ativamente da facção criminosa no Estado. Ao todo, o PCC possui 328 membros em Mato Grosso do Sul.

Conforme o promotor do MPE (Ministério Público Estadual) e coordenador do Gaeco, Marcos Alex Vera de Oliveira, Carlos Eduardo Romoaldo, conhecido como Talismã, era o líder da Geral do Paiol, setor responsável pelas armas da facção.

Todas as ordens para que o grupo fizesse levantamentos sobre o perfil dos policiais militares que seriam escolhidos como alvos partiam de Carlos Eduardo. “Ele é um dos personagens principais da facção que foram presos hoje”, afirma o promotor.

Talismã possuía sete mandados de prisão em aberto e é considerado um grande articulador dos ataques organizados e executados no Estado.

Outro setor do PCC em Mato Grosso do Sul era chamado de Geral dos Gravatas e tinha como integrantes Ricardo Neves Rocha, conhecido como Absoluto e Luiz Carlos Santos Oliveira, conhecido como Índio.

Outras divisões como Geral da Rua, Geral do Estado, Sintonia Quebrada em Corumbá, Salveiro, Geral do Interior, Resumo Geral do Progresso e Geral da Rua de Três Lagoas também tiveram os integrantes identificados pela polícia.

Um esquema conhecido como "Rifa" também era comum entre os integrantes da facção. Todos eles tinham que pagar um valor mensal de R$ 400 que era encaminhado para a matriz do PCC em São Paulo. Os membros que não pagavam a mesada tinham o nome inserido em um livro negro da facção.

Operação - Dos 55 mandados de prisão preventiva expedidos pela Justiça, 43 deles foram cumpridos. Os mandados dizem respeito a presos que foram remanejados entre os presídios. Outros seis novos mandados de prisão foram cumpridos em Campo Grande.

De acordo com o balanço final divulgado durante entrevista coletiva, foram apreendidos R$ 4 mil, documentos de comprovante de depósitos e anotações com os detalhes das movimentações bancárias e dos atitudes dos integrantes.

Conforme apurou o Campo Grande News, as investigações que deram origem à operação começaram em março deste ano depois que o policial militar aposentado, Otacílio Pereira de Oliveira, de 60 anos, foi morto em Três Lagoas.

Desde então, foram expedidos 55 mandados de prisão contra os integrantes, 38 deles estão no presídio de Segurança Máxima e de lá ordenaram o assassinato de pelo menos três agentes da segurança pública, além da execução do PM em Três Lagoas.

A partir de investigações feitas a partir de escutas telefônicas e bloqueios de contas bancárias, a Polícia montou um organograma do PCC em Mato Grosso do Sul e conseguiu frustrar a execução de agentes da segurança pública. O plano era de executar um policial militar em Campo Grande e outros dois agentes penitenciários em Corumbá e Paranaíba.

A operação "Blecaute" envolveu também a transferência de presos, que atuam na liderança da facção, do presídio de Segurança Máxima de Campo Grande para o presídio Harry Amorim Costa, em Dourados.

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