Pai de condutor envolvido em racha diz que "confundiu" datas sobre uso do carro
Condutor confessou que estava com o carro do pai, mas negou envolvimento em racha que terminou em morte
Em depoimento prestado à Polícia Civil, o proprietário do VW Gol disse que havia se confundido com as datas e, por isso, negou que o carro estava sendo usado na madrugada do dia 16 de abril. Naquele dia, o carro estava com o filho dele, hoje investigado por envolvimento em racha que terminou com morte na Avenida Júlio de Castilho.
O racha aconteceu no cruzamento da avenida com a Rua Antônio Ferreira Damião. Imagens mostram o condutor do Gol e do outro carro envolvido na disputa, um Ford Ka, em alta velocidade pela avenida.
Logo depois, o Ford Ka bateu violentamente em poste de energia. Uma das passageiras, Roberta da Costa Coelho, 25 anos, morreu no local. Outros seis ocupantes ficaram feridos, entre eles, o motorista William Goes Abbade, ainda em estado grave na Santa Casa.
Desde o dia da colisão, a Polícia Civil tinha as características do Gol e placa repassadas por testemunha. A delegada Marília de Brito, da 7ª DP (Delegacia de Polícia) disse que foi esclarecido que o carro ainda está em nome do antigo proprietário, que vendeu o veículo há um ano.
O novo proprietário do Gol foi identificado. Procurado pela polícia, negou que o carro pudesse estar sendo usado na avenida, dizendo que estava em outro lugar.
Porém, com base no relato de testemunhas e de imagens de câmeras de segurança, verificou se tratar de condutor jovem e branco, sendo identificado o filho do novo dono do veículo.
Depois que tiveram informação das provas coletadas, pai e filho foram à Polícia Civil e prestaram depoimento. O dono do Gol disse que havia se confundido com as datas, mas, depois, soube que o carro estava com o filho.
O rapaz, que não teve idade ou nome divulgado, confessou que estava com o carro, mas negou envolvimento em racha. Ele estava acompanhado de amigo e justificou a fuga após a colisão por ter ficado com medo.
Segundo a delegada, o rapaz será indiciado por homicídio simples, lesão corporal, participação de racha, omissão de socorro pelo CTB (Código de Trânsito Brasileiro) e por conduzir sem CNH (Carteira Nacional de Habilitação). Ele não foi detido. Contra o passageiro, foi registrado TCO (Termo Circunstanciado de Ocorrência) por omissão de socorro.
O condutor do Ford Ka, William Goes Abbade, já foi indiciado por homicídio simples, por conduzir sob influência de álcool e por participar de corrida, disputa ou competição de corrida em via pública.