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Capital

Pai e filho presos em operação contra tráfico tem empresa e processo no MT

Suspeitos foram detidos na manhã desta terça-feira em Campo Grande e Dourados pela Polícia Federal

Geisy Garnes e Marta Ferreira | 15/05/2018 12:19
Hamilton chegando a sede da PF nesta manhã (Foto: Saul Schramm)
Hamilton chegando a sede da PF nesta manhã (Foto: Saul Schramm)

Foram identificados como Pedro Araujo Mendes Lima e Hamilton Brandão Lima, pai e filho presos na manhã desta terça-feira (15) em Mato Grosso do Sul durante a Operação Efeito Dominó, deflagrada em todo o país pela Polícia Federal. A ação desarticulou esquema de lavagem do dinheiro oriundo da organização criminosa comandada pelo narcotraficante Luiz Carlos da Rocha, o “Cabeça Branca”.

Conforme apurado pelo Campo Grande News, Pedro Araujo Mendes Lima é proprietário de uma empresa de vendas de máquinas agrícolas, que tem como valor de capital R$ 80 mil, em Guarantã do Norte, no Mato Grosso. O suspeito foi preso temporariamente nesta manhã em Dourados - a 233 quilômetros de Campo Grande.

Já Hamilton Brandão, que responde a um processo em Mato Grosso, foi preso preventivamente no condomínio Setvillage, na Vila Nasser, em Campo Grande. Nesta manhã, ele foi levado à sede da Polícia Federal na Capital. Agentes que foram à casa do alvo chegaram a delegacia junto com o suspeito, trazendo malotes e os chamados saco de provas.

Em entrevista coletiva nesta manhã em Curitiba (PR), os delegados que comandam a operação afirmaram que pai e filho formam um dos dois núcleos de lavagem para legalizar o dinheiro que “Cabeça Branca” obtém da venda de cocaína para as facções criminosas brasileiras. O outro núcleo era operado pelos três doleiros, também presos nesta terça-feira no nordeste.

Com dinheiro fornecido pelo narcotraficante, Pedro e Hamilton plantam lavouras e criam gado em Mato Grosso do Sul. Segundo os delegados que comandam a Operação Efeito Dominó, Hamilton mantém estreita ligação com Cabeça Branca, sendo uma das poucas pessoas do esquema a ter contato direto com o narcotraficante.

Foi através dele que seu pai também entrou no esquema, servindo de “laranja” para esconder o dinheiro proveniente do narcotráfico. A PF informou que o esquema “esfriou” após a prisão de Luiz Carlos da Rocha, em 1º de julho do ano passado em uma padaria de Sorriso (MT). Os lavadores de dinheiro passaram a adotar um comportamento mais discreto, mas as atividades continuaram.

Durante a ação, policiais federais cumpriram mandados de busca e apreensão em endereços ligados aos dois presos nas cidades de Dourados, Campo Grande e Amambai, cidade a 360 km de Campo Grande.

As operações - De acordo com a Polícia Federal, a operação de hoje é a terceira investida contra o mega esquema montado por Cabeça Branca, considerado um empresário do tráfico, que ao contrários da maioria dos criminosos desse meio não tem histórico de ser violento e mantém boa relação com as principais facções do país.

A primeira fase foi a prisão de Cabeça Branca, em julho do ano passado, após ele ficar quase três décadas foragido no Brasil e no Paraguai, onde mantém pelo menos sete fazendas e financiava até candidaturas políticas.

A segunda foi a prisão de um estagiário da Justiça Federal em Londrina (PR), em novembro do ano passado. Namorado da filha do narcotraficante, o rapaz forneceu uma senha para que parentes e advogados de Cabeça Branca acessassem processos sigilosos sobre o caso.

De acordo com a PF, o investigado deixou o trabalho espontaneamente em setembro. Entretanto, um mês depois foram registrados acessos em seu nome, inclusive feitos por computadores localizados em Catanduvas (PR), onde fica uma penitenciária federal, em Ponta Porã e no Paraguai.

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