Pais até aprovam suspensão de aulas, mas temem mais desespero que coronavírus
Estudantes comemoram os dias de folga, enquanto pais pensam em estratégias para os cuidados com os filhos

Apesar de boa parte concordar com a decisão da Prefeitura de Campo Grande de suspender aulas por 15 dias, hoje cedo, na porta das escolas municipais, era maior o medo do pânico do que da doença. Já os estudantes comemoram os dias de folga, que começa a vigorar na próxima quarta-feira (18).
O pedreiro Fábio Pereira, de 35 anos, é pai de João Vitor, de 13 anos, que estuda no 8º ano da Escola Municipal Professor Arlindo Lima, na Rua Barão do Rio Branco, Centro. Para ele, não havia necessidade ainda de suspender o calendário escolar. “Pode prejudicar os estudantes lá na frente, mas se é uma medida de prevenção, é válido”.
A partir de quarta-feira (16), o filho ficará em casa, ou sozinho ou com parentes. “Achei legal né? Vou ficar em casa”, comemora o estudante.
No colégio municipal, tem aluno indo de máscara. Segundo Josiane Goulart, de 45 anos, dois estudantes são de família chinesa e foram a Taiwan nas férias, por isso a precaução já começou antes da confirmação dos 2 primeiros casos em Campo Grande.
“A direção da escola fez reunião para informar os pais sobre isso no começo do ano. As crianças só vieram para a aula depois de ficar em quarentena, ninguém tem o vírus, mas ainda estão usando máscara”, explica.
O caminhoneiro Adriano Naves, de 40 anos, conta que o filho Davi, de 6 anos, ficará com a sogra a partir de quarta. “Estavam começando as provas, pode prejudicar, mas me preocupo com a saúde dele. É bom para evitar a contaminação nas escolas”.
A assistente de coordenação pedagógica, Gislaine Espeche, de 36 anos, diz que a filha, Valentine, de 9 anos, também ficará com a sogra dela em casa. Apesar da doença ter se mostrado mais grave até agora em idosos e a preocupação do Ministério da Saúde sobre cancelar aulas ser justamente as crianças em casa sob os cuidados dos avós, a mãe acha melhor que a menina fique com a aposentada por alguns dias. “Uma boa ideia, tem que tomar cuidado, o Brasil todo está parando, agora é a fase de se prevenir”, disse na porta da Escola Municipal Geraldo Castelo, no Monte Líbano.