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Capital

Suspeitos de homicídio, pais de bebê morta ficam presos e filhos vão para abrigo

Delegado entendeu que houve negligência e autuou pais da menina de 10 meses

Por Ana Paula Chuva e Clara Farias | 14/04/2025 16:21
Suspeitos de homicídio, pais de bebê morta ficam presos e filhos vão para abrigo
Menino de 6 e menina de 3 anos em frente à casa da família nesta manhã (Foto: Marcos Maluf)

Os pais da bebê de 10 meses que morreu na madrugada desta segunda-feira (14), vão ficar presos e responder por homicídio culposo. Para a Polícia Civil houve negligência já que a mãe da menina não esperou atendimento na unidade de saúde na última sexta-feira (11), e a situação resultou na morte da pequena. Com isso, os outros dois filhos do casal, de 3 e 6 anos, vão para abrigo.

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Os pais de uma bebê de 10 meses que faleceu em Campo Grande foram presos por homicídio culposo devido à negligência, já que a mãe não esperou atendimento médico, resultando na morte da criança. Os irmãos da bebê, de 3 e 6 anos, foram encaminhados para um abrigo. A polícia encontrou a casa da família em condições insalubres e investiga hematomas no corpo da bebê. O caso está sendo acompanhado pela Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente, e o Conselho Tutelar foi acionado para cuidar das crianças.

Conforme apurou o Campo Grande News, as duas crianças permanecem na DEPCA (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente) para serem ouvidas. No entanto, o delegado Roberto Morgado, responsável pelo caso, determinou a prisão em flagrante do casal, por homicídio culposo, já que houve a negligência.

Laudo preliminar apontou que a causa da morte foi "insuficiência respiratória decorrente de broncopneumonia".  Mais cedo, o delegado explicou à imprensa que a criança tinha alguns hematomas que seriam investigados, mas que nenhum deles era a causa da morte.

Com a prisão dos pais, os dois irmãos da menina de 10 meses serão levados para uma casa de acolhimento e ficarão sob responsabilidade do Estado que deve procurar familiares que possam assumir os cuidados com ambos as crianças. A reportagem apurou ainda que em 2020, a mãe já havia sido denunciada por viver com o mais velho de 6 anos em situação insalubre.

No entanto, na época, a denúncia chegou apenas com o primeiro nome da mulher e o segundo da criança. O Conselho Tutelar chegou a tentar três visitas à família que nunca foi encontrada e depois a instituição foi informada que eles não moravam no endereço informado. Depois disso, não receberam mais nada.

Sobre as crianças estarem matriculadas em unidade escolar, o Conselho Tutelar não tem informações. Apenas o mais velho está em idade obrigatória para frequentar a escola, mas a situação ainda não foi apurada. O caso segue sendo acompanhado.

Suspeitos de homicídio, pais de bebê morta ficam presos e filhos vão para abrigo
Objetos sendo recolhidos pela perícia na casa onde família mora (Foto: Marcos Maluf)

Atendimento – Segundo informações da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), a menina foi atendida pela primeira vez às 13h07 da sexta-feira na Unidade de Saúde da Família do Bairro Portal Caiobá. Onde foi avaliada e encaminhada para a UPA onde deu entrada às 15h01 com classificação de risco amarelo “casos que demandam atendimento em tempo oportuno, sem risco iminente de morte”.

Ela então foi atendida pelo médico às 15h08 e o diagnóstico foi de bronquiolite. Doze minutos depois recebeu medicação em leite de observação e passou por exame de raio-x.  Ainda conforme a pasta, 18h57 houve uma reavaliação médica e o protocolo da medicação foi mantido.

Porém, às 20h26 quando o médico passou para a terceira avaliação, perceberam que a família não estava mais na unidade de saúde. Ou seja, evadiram por conta própria, antes da conclusão do tratamento e sem a liberação médica. Na madrugada desta segunda-feira, a menina retornou para a UPA já morta.

Negligência - A polícia apurou que os pais socorreram a criança por volta de 5 horas de hoje, a princípio, já morta. Uma vizinha contou que a mãe saiu na frente do imóvel com o bebê nos braços. "Falou que não estava respirando e pediu moto Uber para ir nos bombeiros", conta a mulher que pediu para ter o nome preservado.

Conforme a assessoria do Corpo de Bombeiros, os militares prestaram o primeiro atendimento e acionaram o suporte avançado. Socorristas do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) tentaram reanimar o bebê durante uma hora, mas a criança não resistiu.

O tenente da URSA (Unidade de Resgate e Suporte Avançado) observou hematomas no corpo da criança e, em contato com a delegada da Polícia Civil, recebeu a orientação de que a Polícia Militar levaria a mãe para esclarecimentos na DEPCA (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente), enquanto o bebê deveria ser encaminhado à UPA Universitário para realização de perícia.

Dessa forma, a viatura da URSA fez o transporte do bebê até a unidade de saúde, onde a Polícia Civil daria continuidade aos trâmites legais. Vizinhos relataram à reportagem que a situação era "deplorável" dentro da casa da família, situação confirmada pela polícia.

Mas, os moradores da rua afirmaram não terem presenciado episódio de violência contra as crianças. Na casa moram os pais do bebê e outros dois filhos, também pequenos. A crianças foram levadas à DEPCA e o Conselho Tutelar acionado após o delegado constatar a situação insalubre em que a família vivia.

Em nota a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) informou que a menina chegou à unidade de saúde sem vida encaminhada pelo Corpo de Bombeiros e sem qualquer responsável legal. O corpo foi recolhido pela funerária responsável e a polícia acionada.

Suspeitos de homicídio, pais de bebê morta ficam presos e filhos vão para abrigo
Equipe da Polícia Civil na casa da família durante os trabalhos nesta manhã (Foto: Marcos Maluf)

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