Para maio, mãe quer apenas a prisão de quem assassinou o filho há um ano
Corpo de Gleison da Silva Abreu foi achado entre as pedras do Inferninho e até agora ninguém foi preso
O mês de maio, o dedicado às mães, será de um marco triste para a família de Gleison da Silva Abreu, assassinado aos 25 anos, há um ano. O corpo foi encontrado ao pé da Cachoeira do Inferninho, em Campo Grande. O rosto estava desfigurado. A despedida foi com um velório curto, já em tempos de pandemia, e caixão fechado. A violência doeu profundamente para pai, mãe, padastro e quatro irmãos.
Até hoje, ninguém foi preso pela morte. O caso segue como enigma policial. Para a família, resta a saudade e a expectativa de ver o matador ser punido.
A mãe, Maria Manoelina, de 48 anos, segundo o relato obtido pelo Campo Grande News, teve a saúde mental prejudicada. De pura tristeza. Sonhador, Gleison queria ir morar fora, na Itália. Havia trancado a faculdade de Direito para isso. A maldade humana de quem o matou, não deixou.
Para a mãe, o próximo dia das mães poderia ser, no mínimo, de sentimento de justiça. “Ela fala que se pelo menos quem fez isso fosse preso...”, diz o irmão Cleitiano da Silva Abreu, de 35 anos.
Segundo ele, desde a partida de Gleison de forma tão violenta, os 4 filhos que ficaram se revezam para Maria Manoelina não estar sozinha nunca. A vítima morava com ela, no Jardim Colúmbia, e tinha hábitos conhecidos. Quando saiu de casa e ficou fora sem avisar, a luz de alerta já acendeu.
A despedida, sem saber, foi no dia 30 de abril, por volta das 9h, quando Gleison saiu de casa, com a motocicleta Titan 160 de sua propriedade.
Estava com a mochila, contendo notebook e celular. Por volta das 12h, foi visto conversando com duas pessoas no bairro Nova Lima, próximo do Jardim Colúmbia. Já estava sem a moto, fato que chamou atenção da irmã, Gleiciane, de 29 anos, como ela declarou à época, em meio à agonia da procura.
Acompanha de perto - Diante da tragédia familiar, Cleitiano assumiu a tarefa de ser o guardião do trabalho policial.
Sempre que pode, busca informações na DEH (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Homicídio). Foi na unidade o primeiro registro de sumiço do jovem, depois transformado em investigação de assassinato, quando o cadáver foi achado.
A motocicleta apareceu, ou melhor, apenas parte ela. Foi depenada. A polícia achou apenas o quadro e o motor, na Vila Nasser, bairro longe tanto da casa da vítima quando de onde foi achada morta.
Mas não há informações sobre a existência de suspeito. “Eles sempre falam que estão trabalhando no caso”, afirma o irmão.
Procurado, o delegado titular da DEH, Carlos Delano, declarou que a apuração está em andamento, sem detalhar se há ou não alguém já identificado como autor do homicídio. Afirma, porém, esperar mostrar algum resultado “em breve”.
Indagado sobre a demora de quase um ano, a autoridade policial fala de existirem complexidades diferentes entre os inquéritos.
Cada investigação tem peculiaridades que fazem o caminho ser mais ou menos longo e dificultoso”, afirma. “Essa investigação tem seus próprios desafios”, afirma Delano.
“Infelizmente, quem fez isso apagou até a memória do telefone do meu irmão”, cita Cleitiano, ao comentar uma das dificuldades da perseguição ao criminoso. Ele diz que, em meio a tristeza e expectativa por justiça, resta cobrar e esperar que o trabalho policial e judicial seja feito.