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Capital

Paralisação de ônibus não mexe na rotina de mototaxistas: “A demanda está fraca”

Profissionais associam baixo movimento com aplicativos de corridas

Izabela Cavalcanti e Gustavo Bonotto | 18/01/2023 08:00
Tarcísio Giovani estava aguardando corrida em um ponto da Rua 14 de Julho (Foto: Marcos Maluf)
Tarcísio Giovani estava aguardando corrida em um ponto da Rua 14 de Julho (Foto: Marcos Maluf)

Mesmo com a paralisação dos motoristas de ônibus, que se iniciou nesta quarta-feira (18), a demanda de serviço para os mototaxistas não teve alteração. Para Tarcísio Giovani, de 52 anos, o movimento não está dos melhores. Ele estava parado em um ponto da Rua 14 de Julho.

“A demanda está fraca e o Centro está intenso. O preço dos aplicativos é mais viável para caminhos mais longos, principalmente, bairros e a região central. Hoje eu já perdi duas corridas por conta dos aplicativos que muitas vezes não têm o equipamento apropriado”, lamenta.

Para Meire de Souza Freitas, de 56 anos, a situação não tem sido diferente. “O transporte por aplicativo está tomando o espaço dele. Agora, o Centro está intenso, mas por conta dos carros, por conta dos aplicativos de transporte. O movimento está baixo e fraco por conta da demanda dos aplicativos, como Uber e também dos aplicativos de moto”, destaca. Meire estava parada em um ponto da Praça Ary Coelho.

Ela conta que até chegou mais cedo para trabalhar, mas mesmo assim a demanda está baixa.

Um profissional da área, que preferiu não se identificar, ainda tem esperança de lucrar. “Existe um fluxo muito grande de carros, eu vi pouco mototaxista circulando no Centro. Mas espero trabalhar e lucrar, assim como foi na última interrupção do transporte público”, comenta.

Motos paradas em ponto de táxi, na Praça Ary Coelho(Foto: Marcos Maluf)
Motos paradas em ponto de táxi, na Praça Ary Coelho(Foto: Marcos Maluf)

Entenda – Desde o dia 12 de janeiro de 2023, os motoristas de ônibus do transporte coletivo de Campo Grande estavam ameaçando paralisar as atividades no dia 18 de janeiro, caso não houvesse um posicionamento sobre o reajuste salarial de 16% da categoria. O que realmente aconteceu.

Antes disso, no dia 27 de dezembro, representantes do transporte coletivo se reuniram com a diretoria do Consórcio Guaicurus para definir o aumento salarial. Na ocasião, o Consórcio propôs reajuste de 6,46%, acumulado da inflação em 12 meses.

No entanto, a categoria recusou, sendo marcada uma nova reunião no dia 29 de dezembro, que foi cancelada sob justificativa de que a empresa que administra os ônibus da Capital teria pedido mais um tempo para se organizar com as propostas. Ou seja, no dia em que estão ameaçando parar, completam 20 dias sem devolutiva.

O piso salarial é de R$ 2.468, mais 1,5% sobre passageiros pagantes na catraca, 9% do salário diluído de seis em seis meses, um vale-gás (um mês sim, outro não), adicional noturno, ticket alimentação de R$ 150 e assistência médica.

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