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Capital

Sem ônibus, paralisação de motoristas pega desavisados de surpresa

Decisão de greve foi anunciada ontem após tentativas de negociação entre os motoristas e o Consórcio Guaicurus

Viviane Oliveira e Gustavo Bonotto | 18/01/2023 06:19
Rosenaldo não sabia da greve e foi para o ponto aguardar o ônibus (Foto: Marcos Maluf)
Rosenaldo não sabia da greve e foi para o ponto aguardar o ônibus (Foto: Marcos Maluf)

Passageiros desavisados foram pegos de surpresa na manhã desta quarta-feira (18) com a greve dos motoristas de ônibus do transporte coletivo em Campo Grande. A decisão de paralisação foi anunciada ontem após tentativas de negociação entre a categoria e o Consórcio Guaicurus. A ação é para reivindicar reajuste salarial.

No Bairro Nova Campo Grande, Rosenaldo Elver foi avisado pela equipe de reportagem que não haveria ônibus. “Então eu vou para casa. Não sabia que não ia ter ônibus. Eu trabalho no Parque dos Poderes, não tem como ir a pé. Daqui até lá dá uns 18 quilômetros”, disse.

Segundo Rosenaldo, por mais que a situação prejudique, principalmente quem não tem outra alternativa de transporte, não tira a razão da categoria. “Os caras trabalham muito, né. Da outra vez que teve a greve eu não fui trabalhar, e a empresa abonou. Não foi culpa minha, né. A minha parte eu fiz. Vim cedo para o ponto”, destacou.

Joana Regina trabalha na Sisep e também não sabia da greve (Foto: Marcos Maluf)
Joana Regina trabalha na Sisep e também não sabia da greve (Foto: Marcos Maluf)

Na Vila Bandeirantes, quem esperava o ônibus para ir trabalhar na Sisep (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos), na Avenida Guaicurus, era Joana Regina. “Não tem como ir de carro de aplicativo. Se eu for pagar vou ter que tirar R$ 25 do meu bolso. Eu não tenho esse dinheiro. Também não tenho bicicleta”, lamentou.

Surpresa com a informação de que não haveria ônibus, Regina questionou se os comércios do Centro iam fechar também. “A greve atrapalha muito a economia de Campo Grande. O comércio não vai ter movimento. A população não tem como se deslocar para o Centro. Agora, vou ter que ir embora para a casa”, afirmou.

Na Avenida Guaicurus, as amigas Juciele Ribeiro e Ivone Santos também acordaram cedo e foram para o ponto. Era por volta das 6h, quando foram informadas sobre a greve. “Minha solução vai ter que ser voltar para a casa, porque a firma fica muito longe. É um direito deles sim, mas é muito complicado. Prejudica a gente”, contaram.

Passageiros aguardando o tranporte coletivo para ir ao trabalho (Foto: Marcos Maluf)
Passageiros aguardando o tranporte coletivo para ir ao trabalho (Foto: Marcos Maluf)

Os terminais de ônibus foram fechados e Campo Grande amanheceu sem transporte coletivo após decisão do STTCU-CG (Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Coletivo Urbano de Campo Grande), que não conseguiu acordo de reajuste salarial com o Consórcio Guaicurus. "Hoje não volta mais", garantiu o presidente do Sindicato, Demétrio Ferreira de Freitas.

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