Parlamentares cobram pressão sobre Congresso para mudar decisão do STF
Manifestação ocorre na Avenida Afonso Pena, em frente ao prédio do Ministério Público Federal, em Campo Grande
Os parlamentares que engrossaram a manifestação deste sábado (9) contra a decisão do STF (Supremo Tribunal Federal), que derrubou a validade de execução provisória de condenações criminais, conhecida como prisão após a segunda instância, defenderam uma pressão sobre o Congresso para que a mudança ocorra através de PEC (Proposta de Emenda Constitucional).
O deputado estadual Renan Contar (PSL) afirma que a decisão foi equivocada e que “o sentimento é de vergonha”. “A esquerda aparelhou o STF nos últimos governos e o resultado foi orquestrado para a corrupção prevalecer. O STF não vai acabar com a nossa esperança. A bola está no Congresso, vamos pressionar os deputados”, afirmou.
A senadora Soraya Thronicke (PSL) não participou da manifestação, mas mandou um áudio divulgado através do trio elétrico. Segundo ela, “o momento é de decepção, mas o Congresso precisa assumir o papel, por falta de uma lei o STF decidiu da pior forma possível”. “A nossa estratégia é conseguir o resultado favorável no Congresso, vamos pressionar os parlamentares nas redes sociais e virar o jogo”, disse.
O vereador André Salineiro (PSDB) também participou do protesto e afirmou que a decisão “não vai abalar a luta. Foi armada para liberar o ‘safado’ da cadeia”, disse, em referência ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, beneficiado com a decisão do STF e que deixou a cadeia de Curitiba um dia após o fim da sessão na Corte. “[A decisão] vai beneficiar políticos corruptos e bandidos perigosos”, completou.
O colega da Casa de Leis Vinicius Siqueira (DEM) defendeu que as manifestações estão sendo emergenciais porque os movimentos esperavam que o Ministério Público Federal fosse recomendar a prisão preventiva de Lula. “A soltura foi inesperada e agora o Congresso precisa pensar em um mecanismo para reverter”, disse.
Fabricia Sales é uma das organizadoras do evento na Avenida Afonso Pena e disse que a tendência é de novos protestos. Ela diz que os grupos estavam mais quietos porque confiaram no trabalho do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, e também do ministro da Economia, Paulo Guedes. “Agora precisam voltar para as ruas. Ele [Lula] saiu e já começou a campanha para 2022. Enquanto não voltar a prisão em segunda instância terão mais manifestações”, emendou.
O protesto fechou parte da Avenida Afonso Pena no sentido Shopping Campo Grande. O trânsito está sendo desviado para a Rua Dona Ambronisa, na lateral ao prédio do MPF, provocando congestionamento de carros e ônibus.