Parte da população contraria exigência e abandona máscara até em locais fechados
Decreto municipal que obriga o uso de máscaras continua em vigência e prefeitura estuda flexibilização
Enquanto a Prefeitura de Campo Grande estuda a retirada da obrigatoriedade do uso de máscara em eventos com locais abertos, parte da população já começa a abandonar a exigência até em espaços fechados. Nesta terça-feira (26), a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) reuniu-se com técnicos da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) para pensar o futuro da Capital.
Desde junho de 2020, o Governo de Mato Grosso do Sul exige o uso de máscaras em todos os espaços fechados, sejam eles públicos ou privados. Durante um pequeno período de observação é possível ver que a medida já é contrariada tanto em lojas quanto em supermercados, por exemplo.
No grupo das pessoas que concordam com a retirada, a gerente comercial, Mel Lelis, de 45 anos, explica que não vê motivos para seguir usando máscaras após a vacinação individual.
Concordo com a retirada, até porque quando vamos em um barzinho, por exemplo, temos que colocar a máscara quando entramos, mas do lado de fora tiramos. Não faz sentido, a gerente comercial diz.
Contra o uso obrigatório do equipamento de proteção, o servidor público Ananias Rodrigues, de 63 anos, relata que obrigar o uso de máscara significa retirar autoridade de cada um sobre si mesmo. “Não temos autonomia sobre o nosso corpo”.
Ao questionar a validade da obrigatoriedade que segue em vigor, a diarista Luzilande Aldano, de 45 anos, disse que os ônibus estão lotados. “Acredito na vacina e vou tomar reforço quando for possível, mas nem tudo se resume à máscara. Eu ando de ônibus e está sempre cheio, será que a máscara resolve isso?”.
Por outro lado, o aposentado Lúcio Martins, de 71 anos, defende que a prevenção segue sendo o mais inteligente a se fazer. “Ainda não é hora de tirar a máscara porque temos muita gente doente. Demoramos nove meses para nascer, agora vamos morrer rapidamente devido à covid?”, questiona.
Destacando que a pandemia continua existindo, a comerciária Emilly Crivelari, de 24 anos, argumentou que a população segue em fase de vacinação. “As pessoas não estão completamente vacinadas. Fico sem máscara quando estou sozinha, mas quando vou atender as pessoas já coloco”.
Máscara exigida – Publicação no Diário Oficial no dia 18 de junho de 2020 decretou que o uso de máscaras é obrigatório em locais fechados. Conforme a Prefeitura de Campo Grande, as punições para quem desrespeita a exigência vão desde advertência verbal até multa.
Ainda conforme a publicação, deve ser proibida a permanência nos locais de quem não usar máscara, além de comunicar as autoridades sobre o desrespeito à norma. Não é obrigatório o uso durante a prática de esportes ao ar livre e em locais destinados à alimentação, durante o consumo.
O Governo de Mato Grosso do Sul também segue obrigando o uso de máscaras em todos os municípios.
Durante reunião nesta terça-feira (26), o prefeito Marquinhos Trad (PSD) explicou que na próxima segunda-feira (1) haverá uma reunião com o comitê de operações emergenciais para discutir sobre uso de máscaras. Ainda conforme o prefeito, a discussão abordará a liberação do uso em locais abertos, mas não em locais fechados.
Sobre o assunto, o presidente do comitê gestor do Prosseguir (Programa de Saúde e Segurança na Economia), Eduardo Riedel, já disse que o Estado também estuda liberar o uso das máscaras durante as próximas semanas.