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Capital

Pedreiro que matou ex-sogra esganada enfrenta júri e reforça tese de fatalidade

Crime ocorreu no dia 25 de dezembro do ano passado e ele garante que pensou que a mulher tivesse desmaiado

Kerolyn Araújo e Clayton Neves | 15/10/2019 11:04
Wantuir Sonchini da Silva matou a ex-sogra no Natal do ano passado. (Foto: Henrique Kawaminami)
Wantuir Sonchini da Silva matou a ex-sogra no Natal do ano passado. (Foto: Henrique Kawaminami)

Quase 10 meses após o crime, está sendo julgado nesta terça-feira (15) na 1ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande, o pedreiro Wantuir Sonchini da Silva, 41 anos, acusado de matar a ex-sogra esganada na manhã do dia 25 de dezembro do ano passado na Vila Moreninha II.

Ao juiz Carlos Alberto Garcete de Almeida, o pedreiro contou que não tinha nada contra a ex-sogra, Alzai Bernardo Lopes, 59 anos, e que a intenção não era matá-la. Após fazer uso de cocaína e bebida alcoólica, ele foi até a casa da vítima, pulou o muro e invadiu a casa pedindo para ver a filha, na época com 12 anos. ''Eu não sabia onde ela estava. Falava no WhatsApp e ela não respondia. Minha intenção era só ver minha filha", disse.

Ao ex-genro, Alzai disse que a neta não estava em casa e os dois começaram uma discussão. Segundo o acusado, após empurrões, ele acabou esganando a vítima e, ao perceber que ela não se debatia mais, achou que estivesse desmaiada. Então, o pedreiro procurou a filha pela casa e foi embora após não encontrá-la. ''Fiquei sabendo da morte pela televisão. Além de perder o casamento, ganhei a inimizade da família com quem eu tinha uma boa relação", contou.

A filha da vítima e ex-esposa da Wantuir, Fabiana Lopes dos Santos, relatou que foi casada com o autor durante 18 anos e que o relacionamento era considerado tranquilo. No dia 6 de dezembro, grávida de cinco meses, ela foi agredida pelo homem após ser acusada de traição. ''Minha filha viu tudo e ficou com medo do pai. Ela não queria mais vê-lo e eu respeitei. No dia 24 de dezembro ela disse que queria falar com ele e eu deixei ela usar o celular para conversar", disse.

Segundo Fabiana, a mãe e o ex-marido tinham boa relação e, sempre que precisava de ajuda, o homem recorria à ela. ''Ele jogou tudo fora. O motivo dele ter ido na casa dela não foi porque ele queria ver a filha. Se ele realmente a amasse como diz, teria poupado a vida da minha mãe. Ela era apegada com a avó e sofre com toda a situação", ressaltou.

Wantuir responde o processo preso por homicídio qualificado por asfixia.

O caso - Alzai foi encontrada morta com sinais de esganadura. Um dos filhos dela relatou que passou o Natal na residência de um familiar com a mãe e, por volta das 23h30 no dia 24, deixou-a em casa e foi embora.

Por volta das 6h30 do dia 25, o outro filho, que estava trabalhando de vigia noturno, chegou e encontrou Alzai caída no chão do quarto. Wantuir se entregou à polícia três dias após o crime.

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