PM que matou professora alega constrangimento e quer se livrar de tornozeleira
O monitoramento foi mantido por juíza, que lembrou que a condição de policial já foi considerada para que ele saísse da cadeia
Em liberdade monitorada após acidente de trânsito em que, sob efeito de álcool, matou uma professora, Alexander Nantes Stein, tenente da PM (Polícia Militar), alegou constrangimento, mas a Justiça não o livrou do uso da tornozeleira eletrônica.
No pedido de providências, encaminhado à 3ª Vara Criminal de Campo Grande, a defesa destaca que ele está em liberdade há 90 dias sem violação ao monitoramento, numa demonstração de boa-fé; tem bom comportamento; não tem risco de “sumir” porque é um policial e que enfrenta constrangimento no ambiente de trabalho.
“Por fim, importante consignar que o requerente vem cumprindo trabalhos administrativos dentro da Polícia Militar e, por muitas vezes, tem que parar os afazeres para que possa recarregar a bateria do equipamento de monitoramento, gerando um atraso no desempenho das suas funções, bem como um constrangimento, já que isso é feito em frente aos seus colegas e, também, dos seus subordinados”, detalha a defesa no pedido à Justiça.
Até o fim de maio, Alexander Nantes Stein comandava o 4º Pelotão de Ribas do Rio Pardo, a 103 km de Campo Grande, mas depois do acidente fatal foi transferido para atividade administrativa na corporação.
Ao manter o monitoramento eletrônico, a juíza Eucélia Moreira Cassal afirmou que não houve mudança fática capaz de autorizar a liberação do uso de tornozeleira e que o fato de o réu ser policial militar já foi considerado na revogação da prisão preventiva. Ele pagou R$ 10,4 mil de fiança.
Morte – A professora Suellen Vilela Brasil morreu após colisão na noite de 30 de maio deste ano, na Avenida Gury Marques, na Vila Cidade Morena, em Campo Grande.
A vítima dirigia um Renault Clio Sedan prata quando teve a traseira do veículo atingido pelo VW Gol prata conduzido por Alexander.
Por causa da colisão, o Clio bateu na guia do canteiro lateral direito da pista e na sequência contra uma árvore. O carro ficou destruído e Suellen morreu no local. Já o Gol atravessou o canteiro central e parou no sentido contrário da via.
De acordo com a denúncia do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), o laudo pericial concluiu que o Gol trafegava com velocidade de aproximadamente 120 a 125 km/h, enquanto a velocidade permitida no local era de 30 km/h.
O policial militar foi denunciado por praticar homicídio culposo na direção de veículo automotor sob influência de álcool, que prevê pena de cinco a oito anos.