Polícia vai responsabilizar nove adolescentes e pais por grupo de sexo
A maioria dos adolescentes envolvidos tem registro na Polícia como vítima de violência familiar, diz Polícia
A Polícia irá responsabilizar nove adolescentes pelo crime de estupro de vulnerável e os pais por quatro crimes de violência familiar, segundo as delegadas da Deaij (Delegacia Especializada de Atendimento à Infância e Juventude), Aline Sinotti Lopes, e da DPCA (Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente), Regina Mota.
Segundo a delegada da Deaij, praticar sexo com adolescente a partir de 14 anos, desde que seja consensual, não é crime. Os maiores de 14 anos que mantiveram relações com adolescentes abaixo dessa idade, no entanto, irão responder por estupro de vulnerável.
De acordo com Regina Mota, os pais serão responsabilizados pelos crimes de corrupção de menores, por serem coniventes como o fato de a residência ter sido usada para orgias, e por abandono intelectual, pois é dever dos pais acompanhar os filhos na escola.
Os pais também serão responsabilizados por abandono de incapaz e por maus-tratos. Ainda conforme a delegada, a maioria dos adolescentes envolvidos tem registro na Polícia como vítima de violência familiar. Apenas um dos adolescentes também irá responder por ameaça.
A delegada Aline explica que os encontros começaram através de um grupo de dança na escola chamado “Os Atrevidos”. A direção da escola começou a perceber que o que era para ser uma atividade extracurricular foi tomando outra conotação e acabou com o grupo na escola. O diretor também foi chamado a prestar esclarecimentos à Polícia Civil.
Ainda conforme ela, os encontros passaram a ser nas residências, uma delas no bairro Iracy Coelho, a duas quadras da Escola Estadual Zélia Quevedo Chaves. Segundo a Polícia, foi confirmado que os adolescentes frequentavam a casa no horário de aula, inclusive uniformizadas.
Na casa os adolescentes faziam sexo, segundo a delegada Aline. Relatos dos próprios garotos confirmam que havia troca de casais entre eles.
A polícia disse que estava investigando o caso e já havia confirmado a prática sexual dos adolescentes e o consumo de bebida. Não houve confirmação de uso de drogas, mas foi encontrado um aparelho usado para triturar maconha.
Para a delegada Regina, falta compreensão da sociedade sobre a violação de direitos das crianças e adolescentes, uma vez que os vizinhos sabiam dos encontros e prática de sexo, mas não comunicavam a polícia.
Durante a coletiva de imprensa a delegada mostrou as camisetas apreendidas que eram usadas pelo grupo no chamado "Congresso do Bulimento". O inquérito será encerrado assim que o laudo do exame de corpo de delito feito pelas vítimas forem concluídos.