Polícia diz que não há informação sobre possíveis ameaças a delegado assassinado
Até o momento a polícia e a família do delegado aposentado, Paulo Magalhães, assassinado ontem à tarde, não têm informações sobre possíveis ameaças à vítima. Conforme o delegado Edilson do Santos, responsável pela Delegacia Especializada em Homicídios, ainda não há nada neste sentido.
No entanto, ao que tudo indica, os criminosos estudaram o cotidiano de Paulo para que pudessem executá-lo em momento propício. Os assassinos sabiam o itinerário costumeiro da vítima, bem como os horários dele. Paulo esteve ontem de manhã na Câmara Municipal de Campo Grande durante protesto contra corrupção.
“Mas aquele não era o local adequado para o crime porque tinha muita gente e muitos policiais”, explicou Edilson. Portanto, a opção mais fácil foi executá-lo na hora em que Paulo buscava a filha no colégio porque ele estava parado na fila dupla quando foi alvejado por seis dos 11 tiros disparados. Deste total, pelo menos dois foram fatais. Os assassinos estavam em uma moto e pararam na janela direita do veículo.
Conforme o delegado, qualquer pessoa consegue acertar o alvo a curta distância, no entanto, neste caso, ficou evidente que o autor do crime tem “manejo” com armas. Edilson adiantou que a munição utilizada foi fabricada no Paraguai, país onde as balas são comercializadas com facilidade.
O inquérito para apuração do crime já foi aberto, com prazo de 30 dias para ser concluído, e não corre em segredo de Justiça por se tratar de assassinato cometido em via pública, além de a vítima ser um delegado aposentado. “É um caso complexo e demanda tempo”, disse.
A primeira etapa da investigação começou ontem mesmo com as diligências. O próximo passo é ouvir testemunhas que estavam próximas ao local do crime na hora da execução e também os familiares de Paulo.
Para o delegado, ainda é muito cedo para relacionar o assassinato à morte do também policial aposentado e dono do jornal eletrônico Última Hora News, Eduardo Carvalho, 51 anos, morto por tiros em novembro de 2012 na Capital. “Não há nada que indique ligação nos casos. Eles foram amigos, mas não eram mais. Inclusive eram concorrentes”, explicou.
O perito criminal Francisco Orlando voltou ao local do crime hoje pela manhã. À tarde haverá perícia no veículo de Paulo para avaliar melhor o carro e checar se há pistas sobre o crime como projéteis escondidos ou documentos.