Polícia espera laudo para confirmar se tentativa de aborto matou jovem
A Polícia Civil de Jardim, a 233 km de Campo Grande, espera até o fim da próxima semana o resultado de laudo médico que pode confirmar as denúncias feitas, pela mãe, de que Aline dos Reis Franco, 26 anos, grávida de dois meses, tomou medicamento abortivo antes de morrer, no dia 6.
Responsável pela investigação do caso, o delegado Alex Sandro Antônio diz depender do resultado dos exames feitos no Imol (Instituto de Medicina e Odontologia Legal) para direcionar as investigações.
“Precisamos entender o que aconteceu. Essa jovem pode ter caído no chão, sofrido um acidente. Somente com o resultado do laudo podemos atestar se houve consumo de medicação irregular”, completa Antônio.
Na quinta-feira (8), a mãe de Aline disse em depoimento a investigadores de Campo Grande que a suposta amiga, identificada como Simone, lhe deu Cytotec, cuja venda é proibida no Brasil pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) justamente pelo efeito abortivo. Ambas teriam viajado a Porto Murtinho, a 431 km da capital, onde é possível encontrar comprimidos do medicamento na fronteira com o Paraguai.
No depoimento inicial, a mãe de Aline revelou que a filha e a investigada eram amigas há 15 anos. E repassou o relato de Simone à família de que a vítima tomou oito comprimidos, começou a convulsionar e desmaiou após começar a sangrar e bater a cabeça no chão.
"Sabemos que ela omitiu em Porto Murtinho que estava grávida, por isso decidiram levá-la de ambulância até Campo Grande. Só que no meio do caminho o quadro se agravou", disse o delegado.
Aline deixou dois filhos, de 11 e 6 anos. Antônio não descarta ouvir de novo a mãe e também intimar a amiga para serem ouvidas antes do resultado do laudo. "Vamos até o fim para descobrir o que houve", diz.