Polícia indicia ex-deputado católico e vereador evangélico por exploração
A Polícia Civil indiciou o ex-deputado estadual Sérgio Assis (PSB), que é católico e atuante nos movimentos sociais da igreja, e o vereador Alceu Bueno (PSL), pastor evangélico, pelos crimes de exploração sexual de adolescentes. Eles podem ser condenados a pena de até 10 anos de reclusão.
Em entrevista coletiva na tarde de hoje (23), o delegado Paulo Sérgio Lauretto, titular da DEPCA (Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente), descartou o envolvimento de mais políticos. Ele também vai indiciar os três homens com a prisão preventiva decretada: o empresário Luciano Roberto Pageu, 40 anos, o ex-vereador Robson Martins e Fabiano Vianna Otero. Eles também vão responder pelos crimes de indução de menor ao crime e extorsão.
Conforme Lauretto, há vídeos em que os dois políticos aparecem mantendo relações sexuais com duas adolescentes. Para complicar a situação de ambos, em uma das gravações, a menina confessa que tem apenas 15 anos de idade.
Assis e Bueno caíram no esquema montado por Otero. Ele é acusado de agenciar as meninas e organizar a gravação dos encontros com a utilização de câmeras ocultas. O objetivo era gravar os encontros e obter dinheiro por meio de extorsão.
Bueno, que corre o risco de ter o mandato cassado pela Câmara Municipal, chegou a pagar R$ 100 mil para o grupo criminoso. Ao ser pressionado para pagar mais R$ 50 mil, como estava sem dinheiro, o parlamentar decidiu denunciar o caso à polícia e participou da armação do flagrante. Robson e Luciano foram presos ao receber R$ 15 mil durante a extorsão.
Em depoimento à polícia, segundo o delegado, Sérgio Assis preferiu ficar em silêncio e não negou o crime. Já Bueno alegou problemas de saúde e não compareceu à oitiva marcada para hoje de manhã.
Assis e Bueno vão ser indiciados pelo crime de conjunção carnal na forma de exploração sexual com adolescente e podem ser condenados, caso a Justiça os considere culpados, a penas de 4 a 10 anos de reclusão.
Martins e Pageu, que estão presos, e Otero, que está foragido, também serão condenados pelo mesmo crime e os agravantes de extorsão e indução das duas meninas ao crime.
Lauretto acredita que Assis não chegou a ser extorquido porque o último encontro de políticos com as meninas ocorreu no dia 22 de março e o esquema foi descoberto no dia seguinte. Todos os vídeos do ex-deputado e do vereador mantendo relações com as meninas foram apreendidos.
Ontem, após deixar a delegacia, Sérgio Assis afirmou que tudo não passa de armação. No entanto, ao delegado, ele disse que vai se manifestar após a perícia analisar os vídeos.
Bueno também negou participação no crime e alegou ser “um homem de bem” vítima de extorsão.