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Capital

Policial suspeito de fornecer dados à milícia vai continuar preso, decide TJ

Everaldo foi preso por policiais federais por força de mandado de prisão temporária de 30 dias em Bonito

Geisy Garnes | 29/09/2019 12:00
Todos os suspeitos foram levados para o Garras após a prisão (Foto: Kisie Ainoã)
Todos os suspeitos foram levados para o Garras após a prisão (Foto: Kisie Ainoã)

A justiça negou o pedido de liberdade para o policial federal aposentado Everaldo Monteiro de Assis, suspeito de vazar informações de um sistema da polícia para milícia. Ele foi preso na sexta-feira (27) em Bonito, distante 257 quilômetros de Campo Grande, durante a Operação Ormetà, que prendeu ainda os empresários Jamil Name e Jamil Name Filho.

Everaldo foi preso por policiais federais por força de mandado de prisão temporária de 30 dias. A defesa do policial, composta por quatro advogados, entrou com o pedido de liberdade argumentando que o cliente está sofrendo “constrangimento ilegal” por parte do juiz Marcelo Ivo, da 7ª Vara Criminal de Competência Especial de Campo Grande.

No pedido, a defesa afirma que o único fundamento para a prisão temporária é a apreensão do pen drive encontrado com o guarda municipal Marcelo Rios, preso no dia 19 de maio com um arsenal, que revelou arquivos sobre a vida do fazendeiro Edilson Francischinelli reunidos pelo policial através do sistema da Polícia Federal.

Para os advogados, a prisão é desnecessária, já que a busca e apreensão já foi concluída e Everaldo possui “bons antecedentes e trabalho fixo”. No entanto, o desembargador Sideni Soncini Pimentel defende na decisão que é dever do réu, como policial federal, “manter sigilo quanto às informações sobre ato, fato ou decisão não divulgáveis ao público”.

O desembarcador ainda afirma que não há indícios suficientes que indiquem que a senha de Everaldo tenha sido “furtada ou extraviada” e que as investigações noticiam participação efetiva do réu na organização criminosa como “fornecedor de informações sigilosas”.

Perícia realizada no pen drive apreendido mostram imagens de pesquisa por meio de consulta ao Renach (Registro Nacional de Carteira de Habilitação), Receita Federal e Sinic (Sistema de Informações Criminais) sobre a vida do fazendeiro da região de Bonito. O dossiê foi realizado pelo policial federal e divulgado no dia 8 de julho.

O policial federal aposentado é apontado como integrante do terceiro núcleo do grupo de extermínio, o de apoio. Junto com outras 14 pessoas – entre elas advogado, guardas municipais, e policiais civis – faria parte da logística, segurança e suporte da organização criminosa.

Veja quais as funções de cada um na organização, segundo o Gaeco:

Policial suspeito de fornecer dados à milícia vai continuar preso, decide TJ

Entenda – A investigação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado) e do Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Banco, Assalto e Sequestros), apontam que os suspeitos formam uma milícia especializada em execuções de inimigos. Os líderes são os empresários Jamil Name e Jamil Name Filho.

As equipes foram a ruas na sexta-feira para cumprir 23 prisões, sendo 13 preventiva e 10 temporárias (prazo de 30 dias), além de 21 mandados de busca e apreensão.

Ao todo foram 19 pessoas presas e a apreensão de computadores e R$ 160 mil em dinheiro, cheques em nome de terceiros, armas dos calibres 38, 22 e 12, munições, aparelhos celulares, inclusive os conhecidos como “bombinhas”, que são descartados após o uso.

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