Prefeitura de Campo Grande entrou com ação contra sindicato inexistente
Advogado dos agentes em greve argumenta que a paralisação é individual
A Prefeitura de Campo Grande entrou com uma ação no TJ/MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) contra um sindicato “inexistente” para dar fim à greve dos agentes de saúde e epidemiologia.
Pelo menos este é o argumento do advogado Gustavo Ferreira Santos, que defende os interesses do movimento, que completa 28 dias de paralisação nesta segunda-feira.
O Sintesp (Sindicato dos Trabalhadores em Saúde Pública de Campo Grande) não existe para a Justiça, admitem o advogado e o presidente do sindicato, Amado Cheikh, pois não tem carta sindical, ou seja, sem representatividade como sindicato.
No entanto, possui organização e registro, ainda conforme Amado.
O que ocorre é que a greve é individual. Cerca de 270 agentes entraram com liminar no Tribunal para defender a legalidade do movimento, segundo o advogado.
“A prefeitura vai ter que entrar com ação contra um por um dos agentes. Contra pessoa física, a multa não pode ser de R$ 25 mil. E assim vamos passar dos 30 dias de paralisação”, comentou.
A Justiça declarou a greve ilegal e fixou multa de R$ 25 mil para o Sintesp, em caso da continuidade da greve, que ocorre num período de alta incidência de focos da dengue.
Greve - O prefeito de Campo Grande Nelson Trad Filho (PMDB) conversou com cerca de 50 grevistas, na sexta-feira. O chefe do executivo municipal manteve a posição de não negociar com os servidores, enquanto estiverem parados.
Os grevistas consideram que a conversa, a primeira com o prefeito em 25 dias, só serviu para causar mais insatisfação. A reivindicação deles é negociar com Trad. Eles pedem aumento salarial de R$ 700 para R$ 2,1 mil.
A Prefeitura de Campo Grande criou comissões para apurar infrações agentes de saúde. Os resultados devem ser divulgados em fevereiro.