Presa em casa, filha de servidor busca o TRF para tentar a liberdade
Mais um alvo da Operação Fazendas de Lama tenta no TRF3 (Tribunal Regional Federal) da 3ª Região se livrar da prisão preventiva. O advogado Hilário Carlos de Oliveira também entrou com pedido de HC (Habeas Corpus) em nome de Mariane Mariano de Oliveira, filha do servidor da Agesul (Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos) Wilson Roberto Mariano, o Beto Mariano.
O advogado disse que entrou com o pedido no início da tarde de segunda-feira (23), mas não quis dizer os argumentos que usou para pedir o HC. No site do TRF3, consta que o Habeas Corpus foi protocolado no fim da manhã e distribuído para a 5ª Turma, tendo como relator o desembargador federal Paulo Fontes.
Mariane Mariano está cumprindo a prisão preventiva em regime domiciliar. O advogado dela conseguiu o benefício, argumentando que ela teve filho recentemente. Hilário Carlos de Oliveira ainda não entrou com nenhum recurso para tentar revogar a preventiva de Beto Mariano, mas ele não explica o motivo.
Estão tramitando no TRF3 desde a semana passada os pedidos de HC de João Alberto Krampe Amorim dos Santos, da filha dele, Ana Paula Amorim Dolzan, da sócia dele na Proteco, Elza Cristina Araújo dos Santos; do ex-secretário estadual de Obras, Edson Giroto, da mulher dele, a advogada Rachel de Jesus Portela Giroto, e do cunhado de Giroto, o empresário Flávio Henrique Garcia Scrocchio.
As três mulheres cumprem prisão preventiva em regime domiciliar. Elza e Mariane por terem filhos recém-nascidos e Rachel Giroto por ter filha de sete anos e também ser advogada. Já os homens estão recolhidos desde a semana passada no CT (Centro de Triagem), onde dividem o espaço com outros 24 detentos. Até este fim de semana, nenhum deles havia recebido visita de familiares.
A Operação Fazendas de Lama foi deflagrada no último dia 10 pela Polícia Federal, CGU (Controladoria-Geral da União) e Receita Federal, quando foram cumpridos 15 mandados de prisão temporária, 28 mandados de busca e apreensão e 24 mandados de bloqueio de bens. A investigação dessa que é a segunda fase da Operação Lama Asfáltica, está concentrada na lavagem do dinheiro supostamente desviado de contratos de obras rodoviárias executadas com recursos federais.
As investigações apontam que os integrantes da denominada organização criminosa usava o dinheiro desviado na compra de imóveis, principalmente fazendas. Um dia antes de vencer as prisões temporárias a Justiça, acatando pedido da Polícia Federal, converteu as prisões em preventiva.