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Capital

Presa por sequestrar e manter casal em cárcere vai usar tornozeleira

Uma das vítimas é um médico, de 49 anos, que era obrigado a fazer transferências bancárias com valor alto

Izabela Cavalcanti | 18/06/2023 15:02
Momento em que Thiago, companheiro de Solange, foi preso por policiais da Denar (Foto: Dayene Paz)
Momento em que Thiago, companheiro de Solange, foi preso por policiais da Denar (Foto: Dayene Paz)

Dona de um hotel na região da antiga rodoviária, Solange Padilha Ferreira, de 32 anos, presa por suspeita de tráfico de drogas, além de sequestrar e manter casal em cárcere privado, conseguiu converter a prisão preventiva (por tempo indeterminado) para domiciliar, com uso de tornozeleira eletrônica.

Ela passou por audiência de custódia, no último sábado (17), e comprovou ser mãe de um bebê de 6 meses de idade, que depende de seus cuidados, além de ter outros dois filhos com menos de 18 anos.

Os policiais do Denar (Delegacia Especializada de Repressão ao Narcotráfico) chegaram ao local por meio de denúncia sobre tráfico de drogas e possível cárcere.

Ela contava com a ajuda do companheiro, Thiago Henrique Vilalva Saavedra, de 35 anos. Com eles, foram encontrados cinco porções de cocaína e duas de maconha, além de quatro aparelhos celular, uma balança de precisão, máquina de cartão, chaleira e R$ 457 em dinheiro.

História - O médico psiquiatra, de 49 anos, foi resgatado na quinta-feira (15) junto com o namorado de 23 anos, vivendo em condições sub-humanas na casa de Solange, na Vila Palmira, por cerca de 1 mês.

Ele disse ser usuário de drogas e veio para Campo Grande fazer tratamento contra a dependência química. Ficou 3 meses na clínica e depois retornou ao Paraguai para pegar as coisas dele. Na sequência, foi para Mato Grosso e depois voltou a Campo Grande para dar continuidade ao tratamento.

Quando estava na Capital, se hospedou no hotel de Solange. Foi quando ela fez a proposta para alugar um quarto em sua casa por um valor mais em conta. A vítima aceitou, mas precisava pagar R$ 1,5 mil, incluindo alimentação e roupa lavada, porém o médico disse que fazia apenas uma refeição ao dia e não tinha nem cama, apenas um colchão. “A Sol [Solange] exigia que eu fizesse transferência toda semana, mas eram valores altos, tem transferência de R$ 10 mil”, contou a vítima.

Indagado pela polícia se o valor era referente ao aluguel, ele respondeu que não. “Era de droga. Eu comprava pasta base dela. Ela cobrava R$ 100 a grama. Ela dizia que eu usava muito e por isso deveria fazer transferências altas”, desabafou.

Ainda conforme a vítima, transferiu cerca de R$ 50 mil para a mulher, mas ela dizia que ele ainda estava devendo cerca de R$ 90 mil.

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