Presas, irmãs viviam em casa com 189 animais, infestação de ratos e baratas
As duas passaram por audiência de custódia nesta manhã e vão responder ao processo em liberdade
As irmãs, Ramona Marim Reinoso, 59 anos, e Maria Marlin Reinoso, 63 anos, que foram presas por maus-tratos a animais viviam com quase 189 bichos em casa em meio a muita sujeira, ratos e baratas numa casa de madeira em risco iminente de queda.
O mandado de busca e apreensão foi cumprido ontem (23) por policiais da Decat (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Ambientais e de Atendimento ao Turista) e com apoio da Prefeitura, na Rua José Paes de Farias, no Jardim Jacy, em Campo Grande.
Durante a limpeza na residência realizada por equipes da Sisep (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos), foram apreendidos 143 galos e galinhas, 30 pintinhos, 1 pitbull, três lhasa apso, 1 porquinho da índia, 2 gatos, cinco aves exóticas, dois patos e dois pombos.
Segundo o auto de prisão em flagrante, os cachorros e os gatos encontrados desnutridos e debilitados eram mantidos presos dentro de um cômodo, sem acesso à luz do sol e em razão disso apresentavam lesões de dermatite úmido.
As duas passaram por audiência de custódia na Justiça nesta manhã e a juíza May Melke Amaral Penteado decidiu pela liberdade provisória. Desde 2012, a polícia e os órgãos de saúde tentam resolver a situação das duas mulheres, que vivem em situação deplorável, mas sem sucesso.
Ontem, segundo a polícia, a casa seria demolida depois que a prefeitura fizesse a limpeza. Hoje de manhã ainda foi encontrado muita sujeira no local. Os animais foram recolhidos por equipes do CCZ (Centro de Controle de Zoonoses). Ainda não há informação para onde as irmãs serão levadas.
Preocupação - Segundo vizinho de 33 anos, que não quis se identificar, hoje de manhã foi visto um carro da vigilância sanitária da residência. Ele não sabe se vão demolir a casa, mas espera que o espaço não vire abrigo de usuários de drogas. “Não sei como está a situação desse terreno. Não sei se vão demolir. Em 2018 fizeram a limpeza também, mas as irmãs voltaram e começaram a acumular coisas novamente”, disse.
Amiga de Ramos, uma das irmãs presas, Rosemeire Farias da Silva, contou que as irmãs vivem sozinhas, ninguém ajuda e reclamou da ação da polícia e da Prefeitura. “O pessoal só sabe meter o pau. Os vizinhos são umas cobras. Elas precisam de ajuda, viviam neste espaço com dificuldades e cozinhavam em um fogão improvisado”, lamentou.
Segundo a assessoria de imprensa da SAS (Secretaria Municipal de Assistência Social), as irmãs estão inseridas no cadastro único, recebem auxílio emergencial e assistência por parte do Cras (Centro de Referência da Assistência Social).